quinta-feira, abril 07, 2011

"Estamos a viver um filme de terror em que o drácula culpa a vítima"

Campos e Cunha, antigo ministro das Finanças de José Sócrates, diz que "esta crise governamental foi desejada e planeada pelo Governo". O professor universitário escreve hoje no Público que "há várias semanas que o Governo adivinhava o final desta semana e antecipou-se". Diz Campos e Cunha que "como o Governo sabia antecipadamente o que iria acontecer às contas de 2010 e quis precipitar a crise antes do descalabro final; assim, negociou e ajustou um conjunto de medidas (vulgo PEC-4) apenas e só com os nossos parceiros europeus. Nesse pacote estava tudo o que o PSD tinha vetado em negociações anteriores (PEC-2 e PEC-3). Apresentou essas medidas, num primeiro momento, como inegociáveis. O PSD, orgulhoso da sua posição disse um "não" também inegociável. No dia seguinte, o Governo, dando o dito por não dito, afirmou-se disposto a negociar. Mas o PSD caiu que nem um patinho e o Governo caiu como o próprio queria e planeou". A partir de agora, continua Campos e Cunha, para Sócrates as culpas são do PSD: "A queda brutal dos ratings, a subidas das taxas de juro, o descalabro das contas públicas serão tudo culpa do PSD (...) que vai passar o tempo a justificar-se, ou seja, perdeu a discussão. Pode não ter perdido as eleições, a ver vamos, mas pode perder a maioria absoluta". Para o antigo ministro de Sócrates, "estamos a viver um filme de terror em que o drácula culpa a vítima de lhe sugar o sangue. Estamos a viver o malbaratar dos dinheiros públicos durante muitos anos, com especial relevância nos últimos cinco. Estamos a sofrer as consequências da dita política keynesiana de 2009 que teria permitido que a recessão fosse apenas de 2,6%. Muitos defenderam tal irracionalidade, mas também houve quem chamasse a atenção da idiotia de tal abordagem numa pequena economia, sem moeda própria e sem fronteiras económicas". "A situação económico-financeira é de tal descalabro que não pode haver eleições antecipadas sem haver uma crise política, económica e financeira de acordo com vários ministros, começando pelo primeiro. É a constituição e a democracia que está em causa", alerta o mesmo responsável. Campos e Cunha deixa um alerta aos portugueses: "tudo isto tem um rosto e um primeiro responsável. Lembrem-se disto no dia do voto e não faltem, nem que seja para votar em branco", conclui. Campos e Cunha in Económico 01/04/11

3 comentários:

SOL da Esteva disse...

Quem não sabe, tudo faz para culpar os demais pela inépcia própria.
Quem não sabe deveria aprender antes de se meter em obras a que se propôe.
Quem não sabe nada, não sabe mesmo; antes, sabe governar-se em desfavor da verdadeira Governação.
A falta de moral nos interesses das gentes deveria ser criminalizada a qualquer tempo.
Palavra de Honra!!! (Onde é que já ouvi isto?)

SOL

Laura disse...

Fomos todos uns papalvos é o que é e já nada muda...
Agora é calar e pagar e mai nada...
enfim quer queiramos quer não, estamos todos metidos nisto até aos dentes, mesmo os que nada devem...souberam enrolar o pessoal muito bem.

beijinhos da

laura

Paixão Lima disse...

Há quem não goste do governo e parece não haver ninguém que goste do País. Hoje, foi um dia triste para Portugal e para os Portugueses. O meu País foi humilhado e enxovalhado e servimos de dichote da comunidade internacional. Sempre me revelei um anti-patriota, e pouco consideração tenho pelos símbolos da nação que para mim não passam de símbolos. Considero-me, em primeiro lugar, um cidadão do mundo. Mas na tristeza deste momento eu chorei lágrimas sentidas, que não se vêm mas que doem. Revelei-me um verdadeiro patriota, para minha surpresa. O capital internacional, com a conivência da «banca portuguesa», conseguiu ajoelhar e abater o orgulho do povo mais antigo da Europa. Só porque não gostam duma cara e pretendem substituí-la por outra cara. Expressões semelhantes, mas ambas inexpressivas. Parodiando Mourinho, que afirmava com ênfase, que para o F.C.P. ser campeão, não bastava ser melhor, era necessário ser muito, muito melhor, direi que com a dita «ajuda» externa e do F.M.I., que não é ajuda nenhuma mas apenas um negócio lucrativo que o capital internacional pretende explorar com a desgraça dos portugueses, a nossa realidade não vai ser pior, vai ser muito, muito pior. Somos, na realidade, um país de brandos costumes, da saudade e do fado. Mas, senhores dirigentes, não abusem da nossa paciência e não batam demais, que pode dar para o torto. Os exemplos são visíveis.
Um beijo.