quinta-feira, agosto 28, 2008

Uma porta para o infinito




Espreito por uma porta aberta para o infinito
Com vestígios da passagem do tempo.
Ouço o toque de um sino,na distância
Numa cadência incerta…
Os outros que já por ali passaram
passaram a outros planos
mas este mundo de enganos
de tantas futilidades,
de tantos amores e dores,
tanta beleza e de pranto,
eu recordo, com encanto.
Esses anos já passados.

Toco essas pedras amigas,
Fecho os olhos e imagino
Outros tempos, outras eras
Esses mundos tão antigos
Por onde já caminharam,
Pintores, poetas, amigos.

Os sonhos ruíram, os corpos partiram
Mas as almas pairam por aqui
Por estes lados... a todo o momento,
Pintando a paisagem, tecendo a melodia
Da grande viagem.

E quanto mais olho
Por montes e vales
E me quedo olhando esta velha porta
Ponho-me a pensar
Que talvez um dia
Estando eu já morta,
Os meus netos sintam
Como eu sinto hoje,
Que o mundo é uma roda
Que gira, range e foge…
Como uma melodia inacabada
De um grande compositor
Que para além de acordes
De sublimidade,
Nos vem pôr a mão,
Ensinar o caminho,
Guiar-nos com amor,
Como nós fazemos
A quem é pequenino.

Dorme meu menino…
Dad

quinta-feira, agosto 21, 2008

O ouro do nosso contentamento



Parabéns, Nelson Évora!

Nélson Évora conquistou a primeira medalha de ouro para Portugal nos Jogos Olímpicos de Pequim.

O atleta, no salto triplo, alcançou a marca de 17m67 no seu quarto ensaio.

Esta foi a segunda medalha do nosso país na China, após a de prata conquistada por Vanessa Fernandes no triatlo.


Nélson Évora não precisou de fazer o seu último salto para alcançar a medalha de ouro dos Jogos Olímpicos de Pequim. A marca do triunfo surgiu no quarto ensaio, com o português a registar 17m67.


Quando soube que tinha sido campeão, o atleta foi cumprimentar o treinador João Ganço entre lágrimas, numa clara demonstração de reconhecimento.


Évora, um dos poucos atletas nacionais que confirmaram as esperanças dos portugueses em si, não tremeu na final e logo no segundo salto registou 17m56, demonstrando que seria ele o alvo a abater.No entanto, Phillips Idowu respondeu com 17m62 no terceiro salto e relegou o português para o segundo lugar.Mas Évora reagiu e alcançou no salto seguinte a marca que lhe valeu o ouro, 17m67. O britânico ainda procurou no sexto ensaio superar o registo do português, mas acabou por falhar o seu salto, entregando o ouro ao português, que, recorde-se, também é o actual campeão mundial.



Parabéns queridos amigos Nélson Évora e João Ganço!


Não foram só vocês que choraram. Creio que foram todos os vossos amigos! Foi mesmo uma grande emoção!


terça-feira, agosto 19, 2008

férias ainda

Na senda das férias...

Cascatas, pedras e canções de riachos a correr...

Vi flores de todas as cores

perfeições que qualquer boa florista

não desprezaria

E os rios, e riachos, e levadas
e lagunas e ribeiros
e lagoas?
Maravilhas...

domingo, agosto 17, 2008

RECORDAÇÕES DE FÉRIAS

Tocam os sinos da torre da igreja,

Há rosmaninho e alecrim pelo chão.

Na nossa aldeia que Deus a proteja!

Vai passando a procissão.


Mesmo na frente, marchando a compasso,

De fardas novas, vem o solidó.

Quando o regente lhe acena com o braço,

Logo o trombone faz popó, popó.


Olha os bombeiros, tão bem alinhados!

Que se houver fogo vai tudo num fole.

Trazem ao ombro brilhantes machados,

E os capacetes rebrilham ao sol.

Tocam os sinos na torre da igreja,

Há rosmaninho e alecrim pelo chão.

Na nossa aldeia que Deus a proteja!

Vai passando a procissão.


Olha os irmãos da nossa confraria!

Muito solenes nas opas vermelhas!

Ninguém supôs que nesta aldeia havia

Tantos bigodes e tais sobrancelhas!


Ai, que bonitos que vão os anjinhos!

Com que cuidado os vestiram em casa!

Um deles leva a coroa de espinhos.

E o mais pequeno perdeu uma asa!

Tocam os sinos na torre da igreja,

Há rosmaninho e alecrim pelo chão.

Na nossa aldeia que Deus a proteja!

Vai passando a procissão.


Pelas janelas, as mães e as filhas,

As colchas ricas, formando troféu.

E os lindos rostos, por trás das mantilhas,

Parecem anjos que vieram do Céu!

Com o calor, o Prior aflito.
E o povo ajoelha ao passar o andor.
Não há na aldeia nada mais bonito
Que estes passeios de Nosso Senhor!

Tocam os sinos na torre da igreja,
Há rosmaninho e alecrim pelo chão.
Na nossa aldeia que Deus a proteja!
Já passou a procissão.

Poema de:António Lopes Ribeiro
declamado por João Vilaret

quarta-feira, agosto 06, 2008