sexta-feira, abril 29, 2011

A palavra é do tempo, o silêncio da eternidade."







LIÇÃO DE VIDA PARA O OCIDENTE

A carta abaixo foi escrita por um imigrante vietnamita que é policial no Japão (Fukushima). Foi enviada a um jornal em Shangai que traduziu e publicou. Recebi essa tradução, com a nota de ter sido traduzida o mais fielmente possível ao texto original.

Querido irmão,
Como estão você e sua família? Estes últimos dias têm sido um verdadeiro caos. Quando fecho meus olhos, vejo cadáveres e quando os abro, também vejo cadáveres.
Cada um de nós está trabalhando umas 20 horas por dia e mesmo assim, gostaria que houvesse 48 horas no dia para poder continuar ajudar e resgatar as pessoas.
Estamos sem água e electricidade e as porções de comida estão quase a zero. Mal conseguimos mudar os refugiados e logo há ordens para mudá-los para outros lugares.
Actualmente estou em Fukushima – a uns 25 quilómetros da central nuclear. Tenho tanto a contar que se fosse contar tudo, essa carta se tornaria um verdadeiro romance sobre relações humanas e comportamentos durante tempos de crise.
As pessoas aqui permanecem calmas – seu senso de dignidade e seu comportamento são muito bons – assim, as coisas não são tão ruins como poderiam. Entretanto, mais uma semana, e não posso garantir que as coisas não cheguem a um ponto onde não poderemos dar protecção e manter a ordem de forma apropriada.
Afinal de contas, eles são humanos e quando a fome e a sede se sobrepõem à dignidade, eles farão o que tiver que ser feito para conseguir comida e água. O governo está tentando fornecer suprimentos pelo ar enviando comida e medicamentos, mas é como jogar um pouco de sal no oceano.
Irmão querido, houve um incidente realmente tocante que envolveu um garotinho japonês que ensinou a um adulto como eu uma lição de como se comportar como verdadeiro ser humano.
Ontem à noite fui enviado para uma escola infantil para ajudar uma organização de caridade a distribuir comida aos refugiados. Era uma fila muito longa. Vi um garotinho de uns 9 anos. Ele estava usando uma camiseta e um par de shorts.
Estava ficando muito frio e o garoto estava no final da fila. Fiquei preocupado se, ao chegar sua vez, poderia não haver mais comida. Fui falar com ele. Ele disse que estava na escola quando o terramoto ocorreu. Seu pai trabalhava perto e estava se dirigindo para a escola. O garoto estava no terraço do terceiro andar quando viu a tsunami levar o carro do seu pai.
Perguntei sobre sua mãe. Ele disse que sua casa era bem perto da praia e que sua mãe e sua irmãzinha provavelmente não sobreviveram. Ele virou a cabeça para limpar uma lágrima quando perguntei sobre sua família.
O garoto estava tremendo. Tirei minha jaqueta de policial e coloquei sobre ele. Foi ai que a minha bolsa de comida caiu. Peguei-a e dei-a a ele. “Quando chegar a sua vez, a comida pode ter acabado. Assim, aqui está a minha porção. Eu já comi. Por que você não come”?
Ele pegou a minha comida e fez uma reverência. Pensei que ele iria comer imediatamente, mas ele não o fez. Pegou a bolsa de comida, foi até o início da fila e colocou-a onde todas as outras comidas estavam esperando para serem distribuídas.
Fiquei chocado. Perguntei-lhe por que ele não havia comido ao invés de colocar a comida na pilha de comida para distribuição. Ele respondeu: “Porque vejo pessoas com mais fome que eu. Se eu colocar a comida lá, eles irão distribuir a comida mais igualmente”.
Quando ouvi aquilo, me virei para que as pessoas não me vissem chorar.
Uma sociedade que pode produzir uma pessoa de 9 anos que compreende o conceito de sacrifício para o bem maior deve ser uma grande sociedade, um grande povo.
Envie minhas saudações a sua família. Tenho que ir, meu plantão já começou.



Ha Minh Thanh

quarta-feira, abril 27, 2011

Devolução dos Prémios fraudulentos




POR FAVOR LEIAM E VAMOS TODOS COLABORAR A BEM DA DIGNIDADE NACIONAL

Como é do conhecimento geral, tem-se agora tornado público as ciclópicas
dívidas à Banca Financeira, de certas (quase todas) Empresas Públicas como,
p.ex., REFER, TAP, METRO, CARRIS, etc.., e isto porque não conseguem mais
financiamento.
Estas grandes dívidas estavam no segredo dos deuses. Agora já não podem mais
ser escondidas.
Acontece que ao longo dos anos, os Administradores (grandes cérebros) foram
recebendo anualmente repugnantes Prémios Milionários pelos ‘excelentes
desempenhos’.
Está na hora! …Vai ser agora!
O ‘Movimento Geração à Rasca’ deverá organizar uma Petição ao Governo para
que sejam devolvidos todos os fraudulentos prémios recebidos pelos
administradores das Empresas Públicas que acumularam prejuízos ao longo da
sua existência, ou pelo menos desde 2000.
TODOS PELA DEVOLUÇÃO DOS PRÉMIOS!!!
Tal como o Teixeira fez à maioria dos pobres Portugueses, mais ou menos
incautos (penhorando impiedosamente os seus parcos recursos e lares) agora é
a hora de exigir aos Sacadores do Estado a devolução (com ou sem penhora)
dos valores sacados.
Caso o Governo não satisfaça esta Petição, será ser organizada uma
Manifestação Nacional, junto da Assembleia da Republica em dia a determinar.

A METÁFORA DA JANGADA...


Navegavam há meses e os marujos não tomavam banho nem trocavam de roupa. O que não era novidade na Marinha Mercante britânica, mas o navio fedia!
O Capitão chama o Imediato:
- Mr. Simpson, o navio fede, mande os homens trocarem de roupa!
Responde o Imediato:
- Aye, Aye, Sir, e parte para reunir os seus homens e diz:
- Sailors, o Capitão está se queixando do fedor a bordo e manda todos trocarem de roupa.
- David troque a camisa com John, John troque a sua com Peter, Peter troque a sua com Alfred, Alfred troque a sua com Jonathan ... e assim prosseguiu.
Quando todos tinham feito as devidas trocas, volta ao Capitão e diz:
- Sir, todos já trocaram de roupa.
O Capitão, visivelmente aliviado, manda prosseguir a viagem.

É MAIS OU MENOS ISSO QUE VAI ACONTECER EM PORTUGAL
NAS PRÓXIMAS ELEIÇÕES.

segunda-feira, abril 18, 2011

SÓCRATES GREGO VERSUS SÓCRATES PORTUGUÊS...

SÓCRATES O GREGO - Sobre o Conhecimento


Buscava o Conhecimento. O seu método para alcançá-lo era o diálogo e a humildade em formular todas as perguntas. Lema:

............... Só sei que nada sei.-------------

Rupturas

Provocou uma ruptura sem precedentes na Filosofia grega.

Sobre si próprio Intitulava-se "um homem pacífico".

Pensamento sobre Juízes e Justiça:

Quatro características deve ter um juiz:

ouvir cortesmente, responder sabiamente, ponderar prudentemente e decidir imparcialmente.

Condenações:

Podia ter evitado a sua condenação se tivesse desistido da procura da vida justa. Mesmo depois de sua condenação, podia ter evitado a morte se aproveitasse a ajuda de amigos para fugir. Acreditava que o melhor modo para as pessoas viverem era através do próprio desenvolvimento, ao contrário de buscar a riqueza material; e que ao relacionar-se com os membros de um parlamento (nunca aderiu à democracia Aristotélica) a própria pessoa estaria sendo hipócrita.Foi morto com cicuta. Sócrates (Pinto de Sousa)


Sobre o Conhecimento

Cultiva e promove o Desconhecimento.

O seu método para alcançá-lo é o monólogo e a arrogância de calar todas as perguntas.

Lema:

Eu é que sei.

Rupturas.

Provocou uma ruptura sem precedentes na auto-estima dos portugueses.

Sobre si próprio, intitulava-se "Intitulava-se "um animal feroz".

Pensamento sobre Juízes e Justiça:

Quatro características deve ter um juiz: não ouvir escutas, responder obedientemente, ponderar nos riscos que corre e decidir se quer continuar a ter emprego.

Usa os amigos a seu bel-prazer e proveito, atribuindo-lhes cargos e responsabilidades com ordenados milionários. A sua única fidelização reconhecida é a da procura da riqueza material, o que faz sem olhar a meios. Está envolvido em escutas, Freeport, Licenciatura fraudulenta, negócios obscuros, tráfico de influências. Nunca foi condenado...

Legado

Deixa-nos incontáveis dívidas.

INFIDELIDADES...

domingo, abril 17, 2011

ABENÇOADA INOCÊNCIA...

BOM FIM DE SEMANA PARA TODOS E NADA DE GRANDES COMEZAINAS... SENÃO A BALANÇA FAZ CHORAR...

sexta-feira, abril 15, 2011

Um país pronto para aceitar novos grilhões

Os últimos dias foram uma catadupa de acontecimentos memoráveis. Um excesso quase narcótico, uma bebedeira incapacitante. De que é que vou lembrar-me, daqui a uns anos, lúcido, quando tentar recordar estes dias em que Portugal capitula ao agiota estrangeiro? Vou lembrar-me de que a voz de comando neste país parece ser a de Ricardo Salgado, o líder da família banqueira que sobrevive a todos os regimes e que foi capaz de, em 24 horas, com uma simples frase, pôr o Governo a adorar o FMI que antes tantas vezes renegara. E alvitro que Fernando Ulrich, banqueiro rival, fartinho de apelar à mesma intervenção, sem êxito, deve estar a matutar nesse facto. Vou lembrar-me do apelo de 47 personalidades para um amplo consenso nacional que resolva os problemas do País. Olho os nomes e vejo gente que, à conta de supostos "grandes consensos nacionais" como a entrada na CEE, o fim do escudo, a "modernização" da nossa economia, o betão e as auto-estradas, a Expo '98, o Euro 2004, a proliferação de fundações e institutos de coisa alguma ou o pagamento de subsídios para deixar de produzir, participou alegremente na caminhada para o precipício a que chegámos. Como se atrevem a pedir consenso quando o que precisamos, agora mais do que nunca, é de discussão e de procura de novas soluções? Vou lembrar-me de o encontro entre Jerónimo de Sousa e Francisco Louçã ocorrer horas antes de vário comissários europeus, em disparos mediáticos, exigirem aos partidos portugueses - para concederem o que, talvez por ilusão, talvez por cinismo, qualificam de "ajuda" - obediência cega à lei da sangria financeira das classes trabalhadoras portuguesas. Vou lembrar-me de Fernando Nobre, putativo candidato do PSD a segunda figura do Estado, o homem que jurava na eleição presidencial não alinhar em partidos, para confirmar a suspeita de que o pior da política ainda está por conhecer e bem pode vir de fora dos partidos políticos. Vou lembrar-me do congresso do PS e de como o actor José Sócrates tenta salvar a pele do político José Sócrates. Vou lembrar-me do segundo referendo na Islândia, o país atrevido que volta a recusar pagar uma dívida cobrada a juros imorais. E vou lembrar-me de uns velhos versos de Almeida Garrett, sobre a traição a Viriato, o lusitano: "Pátria!... não temos pátria... Oh! Não há para nós tão doce nome. Grilhões, escravos, cárceres e algozes De quanto outrora fomos, Isto só nos restou, só isto somos." PEDRO TADEU

12 Abril 2011

Filhos são do mundo


Devemos criar os filhos para o mundo. Torná-los autônomos, libertos, até de nossas ordens. A partir de certa idade, só valem conselhos. Especialistas ensinaram-nos a acreditar que só esta postura torna adulto aquele bebê que um dia levamos na barriga. E a maioria de nós pais acredita e tenta fazer isso. O que não nos impede de sofrer quando fazem escolhas diferentes daquelas que gostaríamos ou quando eles próprios sofrem pelas escolhas que recomendamos. Então, filho é um ser que nos emprestaram para um curso intensivo de como amar alguém além de nós mesmos, de como mudar nossos piores defeitos para darmos os melhores exemplos e de aprendermos a ter coragem. Isto mesmo! Ser pai ou mãe é o maior ato de coragem que alguém pode ter, porque é se expor a todo tipo de dor, principalmente da incerteza de estar agindo corretamente e do medo de perder algo tão amado. Perder? Como? Não é nosso, recordam-se? Foi apenas um empréstimo! Então, de quem são nossos filhos? Eu acredito que são de Deus, mas com respeito aos ateus digamos que são deles próprios, donos de suas vidas, porém, um tempo precisaram ser dependentes dos pais para crescerem,biológica, sociológica, psicológica e emocionalmente. E o meu sentimento, a minha dedicação, o meu investimento? Não deveriam retornar em sorrisos, orgulho, netos e amparo na velhice? Pensar assim é entender os filhos como nossos e eles, não se esqueçam, são do mundo! Volto para casa ao fim do plantão, início de férias, mais tempo para os filhos, olho meus pequenos pimpolhos e penso como seria bom se não fossem apenas empréstimo! Mas é. Eles são do mundo. O problema é que meu coração já é deles. Santo anjo do Senhor... É a mais concreta realidade. Só resta a nós, mães e pais, orar e aproveitar todos os momentos possíveis ao lado das nossas 'crias', que mesmo sendo 'emprestadas' são a maior parte de nós !!! "A vida é breve, mas cabe nela muito mais do que somos capazes de viver " José Saramago

A MAFALDINHA E OS CANDIDATOS...



PENSAMENTO DO DIA

"Se temos de seguir o caminho dos gregos, comecemos por envenenar o Sócrates."

quinta-feira, abril 14, 2011

E você, o que acha?


CONVERSAÇÕES...


METÁFORA

Navegavam há meses e os marujos não tomavam banho nem trocavam de roupa. O que não era novidade na Marinha Mercante britânica, mas o navio fedia! O Capitão chama o Imediato: - Mr. Simpson, o navio fede, mande os homens trocarem de roupa! Responde o Imediato: - Aye, Aye, Sir, e parte para reunir os seus homens e diz: - Sailors, o Capitão está se queixando do fedor a bordo e manda todos trocarem de roupa. - David troque a camisa com John, John troque a sua com Peter, Peter troque a sua com Alfred, Alfred troque a sua com Jonathan ... e assim prosseguiu. Quando todos tinham feito as devidas trocas, volta ao Capitão e diz: - Sir, todos já trocaram de roupa. O Capitão, visivelmente aliviado, manda prosseguir a viagem. É MAIS OU MENOS ISSO QUE VAI ACONTECER EM PORTUGAL NAS PRÓXIMAS ELEIÇÕES? só depende de TI!!!!

terça-feira, abril 12, 2011

INESPERADAMENTE... QUEM DIRIA?

Esta é que eu não esperava...

mas sempre ouvi dizer que -

"por detrás de uma moita, sai um coelho"...

Precisa-se de matéria prima para construir um País

A crença geral anterior era de que Santana Lopes não servia, bem como Cavaco, Durão e Guterres. Agora dizemos que Sócrates não serve. E o que vier depois de Sócrates também não servirá para nada. Por isso começo a suspeitar que o problema não está no trapalhão que foi Santana Lopes ou na farsa que é o Sócrates. O problema está em nós. Nós como povo. Nós como matéria-prima de um país. Porque pertenço a um país onde a ESPERTEZA é a moeda sempre valorizada, tanto ou mais do que o euro. Um país onde ficar rico da noite para o dia é uma virtude mais apreciada do que formar uma família baseada em valores e respeito aos demais. Pertenço a um país onde, lamentavelmente, os jornais jamais poderão ser vendidos como em outros países, isto é, pondo umas caixas nos passeios onde se paga por um só jornal E SE TIRA UM SÓ JORNAL, DEIXANDO-SE OS DEMAIS ONDE ESTÃO. Pertenço ao país onde as EMPRESAS PRIVADAS são fornecedoras particulares dos seus empregados pouco honestos, que levam para casa, como se fosse correcto, folhas de papel, lápis, canetas, clips e tudo o que possa ser útil para os trabalhos de escola dos filhos... e para eles mesmos. Pertenço a um país onde as pessoas se sentem espertas porque conseguiram comprar um descodificador falso da TV Cabo, onde se frauda a declaração de IRS para não pagar ou pagar menos impostos. Pertenço a um país: -Onde a falta de pontualidade é um hábito; -Onde os directores das empresas não valorizam o capital humano. -Onde há pouco interesse pela ecologia, onde as pessoas atiram lixo nas ruas e, depois, reclamam do governo por não limpar os esgotos. -Onde pessoas se queixam que a luz e a água são serviços caros. -Onde não existe a cultura pela leitura (onde os nossos jovens dizem que é 'muito chato ter que ler') e não há consciência nem memória política, histórica nem económica. -Onde os nossos políticos trabalham dois dias por semana para aprovar projectos e leis que só servem para caçar os pobres, arreliar a classe média e beneficiar alguns. Pertenço a um país onde as cartas de condução e as declarações médicas podem ser 'compradas', sem se fazer qualquer exame. -Um país onde uma pessoa de idade avançada, ou uma mulher com uma criança nos braços, ou um inválido, fica em pé no autocarro, enquanto a pessoa que está sentada finge que dorme para não lhe dar o lugar. -Um país no qual a prioridade de passagem é para o carro e não para o peão. -Um país onde fazemos muitas coisas erradas, mas estamos sempre a criticar os nossos governantes. Quanto mais analiso os defeitos de Santana Lopes e de Sócrates, melhor me sinto como pessoa, apesar de que ainda ontem corrompi um guarda de trânsito para não ser multado. Quanto mais digo o quanto o Cavaco é culpado, melhor sou eu como português, apesar de que ainda hoje pela manhã explorei um cliente que confiava em mim, o que me ajudou a pagar algumas dívidas. Não. Não. Não. Já basta. Como 'matéria prima' de um país, temos muitas coisas boas, mas falta muito para sermos os homens e as mulheres que o nosso país precisa. Esses defeitos, essa 'CHICO-ESPERTERTICE PORTUGUESA' congénita, essa desonestidade em pequena escala, que depois cresce e evolui até se converter em casos escandalosos na política, essa falta de qualidade humana, mais do que Santana, Guterres, Cavaco ou Sócrates, é que é real e honestamente má, porque todos eles são portugueses como nós, ELEITOS POR NÓS. Nascidos aqui, não noutra parte... Fico triste. Porque, ainda que Sócrates se fosse embora hoje, o próximo que o suceder terá que continuar a trabalhar com a mesma matéria prima defeituosa que, como povo, somos nós mesmos. E não poderá fazer nada... Não tenho nenhuma garantia de que alguém possa fazer melhor, mas enquanto alguém não sinalizar um caminho destinado a erradicar primeiro os vícios que temos como povo, ninguém servirá. Nem serviu Santana, nem serviu Guterres, não serviu Cavaco, nem serve Sócrates e nem servirá o que vier. Qual é a alternativa ? Precisamos de mais um ditador, para que nos faça cumprir a lei com a força e por meio do terror ? Aqui faz falta outra coisa. E enquanto essa 'outra coisa' não comece a surgir de baixo para cima, ou de cima para baixo, ou do centro para os lados, ou como queiram, seguiremos igualmente condenados, igualmente estancados... igualmente abusados ! É muito bom ser português. Mas quando essa portugalidade autóctone começa a ser um empecilho às nossas possibilidades de desenvolvimento como Nação, então tudo muda... Não esperemos acender uma vela a todos os santos, a ver se nos mandam um messias. Nós temos que mudar. Um novo governante com os mesmos portugueses nada poderá fazer. Está muito claro... Somos nós que temos que mudar. Sim, creio que isto encaixa muito bem em tudo o que anda a acontecer-nos: Desculpamos a mediocridade de programas de televisão nefastos e, francamente, somos tolerantes com o fracasso. É a indústria da desculpa e da estupidez. Agora, depois desta mensagem, francamente, decidi procurar o responsável, não para o castigar, mas para lhe exigir (sim, exigir) que melhore o seu comportamento e que não se faça de mouco, de desentendido. Sim, decidi procurar o responsável e ESTOU SEGURO DE QUE O ENCONTRAREI QUANDO ME OLHAR NO ESPELHO. AÍ ESTÁ. NÃO PRECISO PROCURÁ-LO NOUTRO LADO. E você, o que pensa ?... MEDITE Eduardo Prado Coelho, antes de falecer (25/08/2007), teve a lucidez de nos deixar esta reflexão, sobre nós todos.

segunda-feira, abril 11, 2011

Geração à rasca também foi a minha !E as gerações anteriores!




Foi uma Geração que viveu num país vazio de gente por causa da emigração e da guerra colonial, onde era proibido ser diferente, pensar que todos deveriam ter acesso à saúde, ao ensino e à segurança social. Uma Geração de opiniões censuradas a lápis azul. De mulheres com poucos direitos, mas de homens cheios deles. De grávidas sem assistência e de crianças analfabetas. A mortalidade infantil era de 44,9%. Hoje é de 3,6%. Que viveu numa terra em que o casamento era para toda a vida, o divórcio proibido, as uniões de facto eram pecado e filhos sem casar uma desonra. Hoje, o conceito de família mudou. Há casados, recasados, em união de facto, casais homossexuais, monoparentais, sem filhos por opção, mães solteiras porque sim, pais biológicos, etc. A mulher era, perante a lei, inferior. A sociedade subjugava-a ao marido, o chefe de família, que tinha o direito de não autorizar a sua saída do país ou de ler-lhe a correspondência. Os televisores LED, ou a 3 dimensões eram uns caixotes a preto e branco onde se colocava à frente do ecrã um filtro colorido, mas apenas se conseguia transformar os locutores em ET's desfocados. Na rádio ouviam-se apenas 3 estações - a oficial Emissora Nacional, a católica Rádio Renascença e o inovador Rádio Clube Português. Então não tínhamos os Gato Fedorento, mas dava-nos imenso gozo ouvir Os Parodiantes de Lisboa, ou a Voz dos Ridículos. As Raves da época eram as festas de garagem, onde se ouvia música de vinil e se fumava liamba das colónias. Nada de Bares ou Danceterias. As Docas eram para estivadores, e o Texas do Cais do Sodré para marujos. A "Night" era para os boémios. Éramos a geração das tascas, das casas de fado e das boites de fama duvidosa. Discotecas eram lojas que vendiam discos, como a Valentim de Carvalho ou a Vadeca. As Redes Sociais chamavam-se Aerogramas, cartas que a nossa juventude enviava lá da guerra aos pais, noivas, namoradas ou madrinhas de guerra. Agora vivem na Internet, ora alimentando números de socialização no Facebook, ora cultivando batatas no Farmville. Os SMS e E-Mails cheios de k e vazios de acentos eram as nossas cartas e postais ou papelinhos contrabandeados nas aulas. As viagens Low-Cost na nossa Geração eram feitas por via marítima. Quem não se lembra do Niassa, do Timor, do Quanza, do Índia entre outros, tenebrosos navios que, quando embarcávamos, só tínhamos uma certeza - a viagem de ida, quer fosse para Angola, Moçambique ou Guiné. Coca-Cola e Pepsi? Eram proibidas. Bebia-se laranjada, gasosa ou pirolito. Agora IMAGINEM, o que teriam para contar e escrever sobre a sua geração, se o soubessem fazer, os analfabetos, nascidos na década de 30 e 40 do século passado, que viveu os despojos da 2ª. guerra mundial e todos os seus efeitos posteriores, desde o RACIONAMENTO, com o uso de SENHAS, que condicionavam os bens mais comezinhos, como o acesso ao carvão, às bolas de carvão, ao petróleo para uso nos fogareiros, limitava o nº. pães/carcaças às famílias, não havia azeite, açúcar bem como a maioria dos bens alimentares, as famílias completas com 4 e 5 filhos, viviam em buracos telúricos, barracas, quartos ou partes de casa alugadas, as pessoas andavam descalças, rotas mas sem ser por moda, passavam verdadeira fome, empenhavam tudo o que havia em casa à 4ª.Feira, para depois levantar da casa de penhores, se pudessem, ao sábado, dia de receber o reles salário, num ciclo vicioso. Os atrás citados, são a geração dos atuais avós ou bisavós, que ainda vivos continuam a não contar aos descendentes por vergonha do seu passado e depois na ânsia de darem uma vida melhor aos seus filhos e netos os estragaram com mimos e benesses e contribuíram inconscientemente, para que eles enveredassem desmesuradamente pelo consumismo de toda a ordem, criando uma dívida descomunal sem precedentes na história do país. Esta é que é uma verdade insofismável que poucos têm a coragem de contar. Na minha geração, dos jovens só se esperava que fossem para a tropa ou emigrassem. Na minha Geração o País, tal como as fotografias, era a preto e branco. HOUVE...HÁ.....E VAI HAVER SEMPRE...... UMA POLITICA QUE FAZ QUE ANDEMOS Á RASCA NÃO NOS ESQUECEMOS QUE OS Á RASCA HOJE SERÃO OS POLITICOS DO AMANHÃ!

RECEITA RÁPIDA E BARATA



Em tempos de crise, estas receitas são sempre bem vindas!


RECEITA RÁPIDA E BARATA
Polvo à Pobre

sábado, abril 09, 2011

O POEMA DA MENTE

Há um primeiro-ministro que mente.

Mente de corpo e alma, completamente.

E mente de maneira tão pungente

Que a gente acha que ele mente sinceramente.

Mas que mente, sobretudo,

impunemente...

Indecentemente... mente.

E mente tão racionalmente,

Que acha que mentindo vida fora,

Nos vai enganar eternamente.
Bom, dado o que está em causa é tão só o futuro dos nossos filhos e a própria sobrevivência da democracia em Portugal, não me parece exagerado perder algum tempo a desmontar a máquina de propaganda dos bandidos que se apoderaram do nosso país. Já sei que alguns de vós estão fartos de ouvir falar disto e não querem saber, que sou deprimente, etc, mas é importante perceberem que o que nos vai acontecer é, sobretudo, nossa responsabilidade porque não quisemos saber durante demasiado tempo e agora estamos com um pé dentro do abismo e já não há possibilidade de escapar. Estou convencido que aquilo a que assistimos nos últimos dias é uma verdadeira operação militar e um crime contra a pátria (mais um). Como sabem há muito que ando nos mercados (quantos dos analistas que dizem disparates nas TVs alguma vez estiveram nos ditos mercados?) e acompanho com especial preocupação (o meu Pai diria obsessão) a situação portuguesa há vários anos. Algumas verdades inconvenientes não batem certo com a "narrativa" socialista há muito preparada e agora posta em marcha pela comunicação social como uma verdadeira operação de PsyOps, montada pelo círculo íntimo do bandido e executada pelos jornalistas e comentadores "amigos" e dependentes das prebendas do poder (quase todos infelizmente, dado o estado do "jornalismo" que temos). Ora acredito que o plano de operações desta gente não deve andar muito longe disto: Narrativa: Se Portugal aprovasse o PECIV não haveria nenhum resgate. Verdade: Portugal já está ligado à máquina há mais de 1 ano (O BCE todos os dias salva a banca nacional de ter que fechar as portas dando-lhe liquidez e compra obrigações Portuguesas que mais ninguém quer - senão já teriamos taxas de juro nos 20% ou mais). Ora esta situação não se podia continuar a arrastar, como é óbvio. Portugal tem que fazer o rollover de muitos milhares de milhões em dívida já daqui a umas semanas só para poder pagar salários! Sócrates sabe perfeitamente que isso é impossível e que estávamos no fim da corda. O resto é calculismo político e teatro. Como sempre fez. Narrativa: Sócrates estava a defender Portugal e com ele não entrava cá o FMI. Verdade: Portugal é que tem de se defender deste criminoso louco que levou o país para a ruína (há muito antecipada como todos sabem). A diabolização do FMI é mais uma táctica dos spin doctors de Sócrates. O FMI fará sempre parte de qualquer resgate, seja o do mecanismo do EFSF (que é o que está em vigor e foi usado pela Irlanda e pela Grécia), seja o do ESM (que está ainda em discussão entre os 27 e não se sabe quando, nem se, nem como irá ser aprovado). Narrativa: Estava tudo a correr tão bem e Portugal estava fora de perigo mas vieram estes "irresponsáveis" estragar tudo. Verdade: Perguntem aos contabilistas do BCE e da Comissão que cá estiveram a ver as contas quanto é que é o real buraco nas contas do Estado e vão cair para o lado (a seu tempo isto tudo se saberá). Alguém sinceramente fica surpreendido por descobrir que as finanças públicas estão todas marteladas e que os papéis que os socráticos enviam para Bruxelas para mostrar que são bons alunos não têm credibilidade nenhuma? E acham que lá em Bruxelas são todos parvos e não começam a desconfiar de tanto óasis em Portugal? Recordo que uma das razões pela qual a Grécia não contou com muita solidariedade alemã foi por ter martelado as contas sistematicamente, minando toda a confiança. Acham que a Goldman Sachs só fez swaps contabilísticos com Atenas? E todos sabemos que o engº relativo é um tipo rigoroso, estudioso e duma ética e honestidade à prova de bala, certo? Narrativa: Os mercados castigaram Portugal devido à crise política desencadeada pela oposição. Agora, com muita pena do incansável patriota Sócrates, vem aí o resgate que seria desnecessário. Verdade: É óbvio que os mercados não gostaram de ver o PEC chumbado (e que não tinha que ser votado, muito menos agora, mas isso leva-nos a outro ponto), mas o que eles querem saber é se a oposição vai ou não cumprir as metas acordadas à socapa por Sócrates em Bruxelas (deliberadamente feito como se fosse uma operação secreta porque esse aspecto era peça essencial da sua encenação). E já todos cá dentro e lá fora sabem que o PSD e CDS vão viabilizar as medidas de austeridade e muito mais. É impressionante como a máquina do governo conseguiu passar a mensagem lá para fora que a oposição não aceitava mais austeridade. Essa desinformação deliberada é que prejudica o país lá fora porque cria inquietação artificial sobre as metas da austeridade. Mesmo assim os mercados não tiveram nenhuma reacção intempestiva porque o que os preocupa é apenas as metas. Mais nada. O resto é folclore para consumo interno. E, tal como a queda do governo e o resgate iminente não foram surpresa para mim, também não o foram para os mercados, que já contavam com isto há muito (basta ver um gráfico dos CDS sobre Portugal nos últimos 2 anos, e especialmente nos últimos meses). Porque é que os media não dizem que a bolsa lisboeta subiu mais de 1% no dia a seguir à queda? Simples, porque não convém para a narrativa que querem vender ao nosso povo facilmente manipulável (julgam eles depois de 6 anos a fazê-lo impunemente). Bom, há sempre mais pontos da narrativa para desmascarar mas não sei se isto é útil para alguém ou se é já óbvio para todos. E como é 6ª feira e estou a ficar irritado só a escrever sobre este assunto termino por aqui. Se quiserem que eu vá escrevendo mais digam, porque isto dá muito trabalho. Henrique Medina Carreira.

Na escola em 1969 e em 2009... Frase vencedora!

Essa pergunta foi a vencedora num Congresso sobre vida sustentável.



"Todos pensam em deixar um planeta melhor para os nossos filhos... Quando é que pensarão em deixar filhos melhores para o nosso planeta?"



Dá para pensar...


quinta-feira, abril 07, 2011

EARTH SONG - por MICHAEL JACKSON




Vale a pena ouvir e entender o que ele diz... Toda a canção lamenta o mal que o homem tem feito à terra e chama a atenção para a necessidade de a curarmos...


Pare o video da música de fundo do Blog para conseguir entender claramente a grande mensagem da canção "Earth Song"!

"Estamos a viver um filme de terror em que o drácula culpa a vítima"

Campos e Cunha, antigo ministro das Finanças de José Sócrates, diz que "esta crise governamental foi desejada e planeada pelo Governo". O professor universitário escreve hoje no Público que "há várias semanas que o Governo adivinhava o final desta semana e antecipou-se". Diz Campos e Cunha que "como o Governo sabia antecipadamente o que iria acontecer às contas de 2010 e quis precipitar a crise antes do descalabro final; assim, negociou e ajustou um conjunto de medidas (vulgo PEC-4) apenas e só com os nossos parceiros europeus. Nesse pacote estava tudo o que o PSD tinha vetado em negociações anteriores (PEC-2 e PEC-3). Apresentou essas medidas, num primeiro momento, como inegociáveis. O PSD, orgulhoso da sua posição disse um "não" também inegociável. No dia seguinte, o Governo, dando o dito por não dito, afirmou-se disposto a negociar. Mas o PSD caiu que nem um patinho e o Governo caiu como o próprio queria e planeou". A partir de agora, continua Campos e Cunha, para Sócrates as culpas são do PSD: "A queda brutal dos ratings, a subidas das taxas de juro, o descalabro das contas públicas serão tudo culpa do PSD (...) que vai passar o tempo a justificar-se, ou seja, perdeu a discussão. Pode não ter perdido as eleições, a ver vamos, mas pode perder a maioria absoluta". Para o antigo ministro de Sócrates, "estamos a viver um filme de terror em que o drácula culpa a vítima de lhe sugar o sangue. Estamos a viver o malbaratar dos dinheiros públicos durante muitos anos, com especial relevância nos últimos cinco. Estamos a sofrer as consequências da dita política keynesiana de 2009 que teria permitido que a recessão fosse apenas de 2,6%. Muitos defenderam tal irracionalidade, mas também houve quem chamasse a atenção da idiotia de tal abordagem numa pequena economia, sem moeda própria e sem fronteiras económicas". "A situação económico-financeira é de tal descalabro que não pode haver eleições antecipadas sem haver uma crise política, económica e financeira de acordo com vários ministros, começando pelo primeiro. É a constituição e a democracia que está em causa", alerta o mesmo responsável. Campos e Cunha deixa um alerta aos portugueses: "tudo isto tem um rosto e um primeiro responsável. Lembrem-se disto no dia do voto e não faltem, nem que seja para votar em branco", conclui. Campos e Cunha in Económico 01/04/11

terça-feira, abril 05, 2011

"O Factor Vara"... Por Miguel Sousa Tavares


(Armando Vara que não tirou a licenciatura ao domingo, mas fez a pós-graduação antes da Licenciatura)[!!!].


Toda a 'carreira', se assim lhe podemos chamar, de Armando Vara, é uma história que, quando não possa ser explicada pelo mérito (o que, Aparentemente, é regra), tem de ser levada à conta da sorte. Uma sorte extraordinária. Teve a sorte de, ainda bem novo, ter sentido uma irresistível vocação de militante socialista, que para sempre lhe mudaria o destino traçado de humilde empregado bancário da CGD lá na terra. Teve o mérito de ter dedicado vinte anos da sua vida ao exaltante trabalho político no PS, cimentando um currículo de que, todavia, a nação não conhece, em tantos anos de deputado ou dirigente político, acto, ideia ou obra que fique na memória. Culminou tão profícua carreira com o prestigiado cargo de ministro da Administração Interna - em cuja pasta congeminou a genial ideia de transformar as directorias e as próprias funções do Ministério em Fundações, de direito privado e dinheiros públicos. Um ovo de Colombo que, como seria fácil de prever, conduziria à multiplicação de despesa e de "tachos" a distribuir pela "gente de bem" do costume. Injustamente, a ideia causou escândalo público, motivou a irritação de Jorge Sampaio e forçou Guterres a dispensar os seus dedicados serviços. E assim acabou - "voluntariamente", como diz o próprio - a sua fase de dedicação à causa pública. Emergiu, vinte anos depois, no seu guardado lugar de funcionário da CGD, mas agora promovido por antiguidade ao lugar de director, com a misteriosa pasta da "segurança". E assim se manteve um par de anos, até aparecer também subitamente licenciado em Relações Qualquer Coisa por uma também súbita Universidade, entretanto fechada por ostensiva fraude académica. Poucos dias após a obtenção do "canudo", o agora dr. Armado Vara viu-se promovido - por mérito, certamente, e por nomeação política, inevitavelmente - ao lugar de administrador da CGD: assim nasceu um banqueiro. Mas a sua sorte não acabou aí: ainda não tinha aquecido o lugar no banco público, e rebentava a barraca do BCP, proporcionando ao Governo socialista a extraordinária oportunidade de domesticar o maior banco privado do país, sem sequer ter de o nacionalizar, limitando-se a nomear os seus escolhidos para a administração, em lugar dos desacreditados administradores de "sucesso". A escolha caiu em Santos Ferreira, presidente da CGD, que para lá levou dois homens de confiança sua, entre os quais o sortudo dr. Vara. E, para que o PSD acalmasse a sua fúria, Sócrates deu-lhes a presidência da CGD e assim a meteórica ascensão do dr. Vara na banca nacional acabou por ser assumida com um sorriso e um tom "leve". Podia ter acabado aí a sorte do homem, mas não. E, desta vez, sem que ele tenha sido tido ou achado, por pura sorte, descobriu-se que, mesmo depois de ter saído da CGD, conseguiu ser promovido ao escalão máximo de vencimento, no qual vencerá a sua tão merecida reforma, a seu tempo. Porque, como explicou fonte da "instituição" ao jornal "Público", é prática comum do "grupo" promover todos os seus administradores quadros ao escalão máximo quando deixam de lá trabalhar. Fico feliz por saber que o banco público, onde os contribuintes injectaram nos últimos seis meses mil milhões de euros para, entre outras coisas, cobrir os riscos do dinheiro emprestado ao sr. Comendador Berardo para ele lançar um raide sobre o BCP, onde se pratica actualmente o maior spread no crédito à habitação, tem uma política tão generosa de recompensa aos seus administradores - mesmo que por lá não tenham passado mais do que um par de anos. Ah, se todas as empresas, públicas e privadas, fossem assim, isto seria verdadeiramente o paraíso dos trabalhadores! Eu bem tento sorrir apenas e encarar estas coisas de forma leve. Mas o 'factor Vara' deixa-me vagamente deprimido. Penso em tantos e tantos jovens com carreiras académicas de mérito e esforço, cujos pais se mataram a trabalhar para lhes pagar estudos e que hoje concorrem a lugares de carteiros nos CTT ou de vendedores porta a porta e, não sei porquê, sinto-me deprimido. Este país não é para todos. P.S. - Para que as coisas fiquem claras, informo que o sr. (ou dr.) Armando Vara tem a correr contra mim uma acção cível em que me pede 250000 euros de indemnização por "ofensas ao seu bom nome". Porque, algures, eu disse o seguinte: "Quando entra em cena Armando Vara, fico logo desconfiado por princípio, porque há muitas coisas no passado político dele de que sou altamente crítico". Aparentemente, o queixoso pensa que por "passado político" eu quis insinuar outras coisas, que a sua consciência ou o seu invocado "bom nome" lhe sugerem. Eu sei que o Código Civil diz que todos têm direito ao bom nome e que o bom nome se presume. Mas eu cá continuo a acreditar noutros valores: o bom nome, para mim, não se presume, não se apregoa, não se compra, nem se fabrica em série - ou se tem ou não se tem. O tribunal dirá, mas, até lá e mesmo depois disso, não estou cativo do "bom nome" do sr. Armando Vara. Era o que faltava! Acabei de confirmar no site e está lá, no site institucional do BCP. Vejam bem os anos de licenciatura e de pós-graduação!!!!!: Armando António Martins Vara. Dados pessoais: Data de nascimento: 27 de Março de 1954 Naturalidade: Vinhais - Bragança Nacionalidade: Portuguesa Cargo: Vice-Presidente do Conselho de Administração Executivo Início de Funções: 16 de Janeiro de 2008 Mandato em Curso: 2008/2010 Formação e experiência Académica Formação: 2005 - Licenciatura em Relações Internacionais (UNI) 2004 - Pós-Graduação em Gestão Empresarial (ISCTE)

Extraordinário... CV de fazer inveja a qualquer gestor de topo, que nunca tenha perdido tempo em tachos e no PS! Conseguiu tirar uma Pós-graduação ANTES da licenciatura...

domingo, abril 03, 2011

Oração das Mulheres Resolvidas

De Júlio Machado Vaz Oração das Mulheres Resolvidas Que o mar vire cerveja e os homens aperitivo, que a fonte nunca seque, e que a nossa sogra nunca se chame Esperança, porque Esperança é a última que morre... Que os nossos homens nunca morram viúvos, e que os nossos filhos tenham pais ricos e mães gostosas! Que Deus abençoe os homens bonitos, e os feios se tiver tempo... Deus...Eu vos peço sabedoria para entender um homem, amor para perdoá-lo e paciência pelos seus actos, porque Deus, se eu pedir força, eu bato-lhe até matá-lo. Um brinde...Aos que temos, aos que tivemos e aos que teremos. Um brinde também aos namorados que nos conquistaram, aos trouxas que nos perderam, e aos sortudos que ainda vão conhecer-nos! Que sempre sobre, que nunca nos falte, e que a gente dê conta de todos! Amén.


P.S.: Os homens são como um bom vinho: todos começam como uvas e é dever da mulher pisá-los e mantê-los no escuro até que amadureçam e se tornem uma boa companhia para o jantar.

O homem errado no momento que podia ter sido certo


José Sócrates teve condições únicas para reformar Portugal: uma maioria absoluta e um povo disposto a fazer sacrifícios. E nenhum partido como o PS tem ou tinha em Portugal condições para reformar o sistema com menor turbulência social e política. Mas a verdade é que Sócrates e o PS falharam porque Sócrates foi o homem errado no momento que podia ter sido certo. Afastou do Governo homens que, como Luís Campos e Cunha, não abdicavam da sua opinião, rodeou-se de apparatchiks, yes minister’s e, a partir de 2009, sentou no conselho de ministros a mais completa colecção de jarrões de sala que alguma vez se viu em Portugal em volta de uma mesa. Decapitou a administração pública tornando-a um bando de zombies que sonha com a reforma enquanto cumpre os procedimentos ditados pelos boys. As circunstâncias pessoais de José Sócrates e a forma como foram investigados os casos em que o seu nome é referido, como o Freeport, Face Oculta e Cova da Beira contribuíram decisivamente para o descrédito das instituições, nomeadamente da Justiça. Pouco a pouco as instituições foram ficando cativas de Sócrates. Depois foi a vez do PS. No fim foi o próprio regime que ficou em causa: não só as eleições passaram a ser entendidas como uma ameaça à estabilidade do país como a própria manifestação da discordância política foi apelidada de anti-patriótica. É a segunda vez que o PS entende por resgate do país o seu próprio resgate (a primeira foi aquando do escândalo Casa Pia). O país e o regime são mais importantes que o PS e o PS é mais importante que o seu líder. O PS teve mais do que uma oportunidade de afastar Sócrates. Não o fez. Paga agora o preço dessa falta de sentido crítico. Esse preço poderá ser alto para o PS mas será, sem dúvida, muito mais caro para Portugal. A oportunidade perdida protagonizada por Sócrates foi um desastre para todos nós.


( Artigo da Helena Matos no Público)

sexta-feira, abril 01, 2011

MULEMBA SECOU


No barro da rua, Pisadas, por toda a gente,


Ficaram as folhas Secas, amareladas


A estalar sob os pés de quem passava.


Depois o vento as levou...


Como as folhas da mulemba...


Foram-se os sonhos gaiatos


Dos miúdos do meu bairro.


(De dia, Espalhavam visgo nos ramos


E apanhavam catituis, Viúvas, siripipis


Que o Chiquito da Mulemba


Ia vender no Palácio


Numa gaiola de bimba.


De noite, Faziam roda, sentados,


A ouvir, de olhos esbugalhados


A velha Jaja a contar


Histórias de arrepiar


Do feitiçeiro Catimba.)


Mas a mulemba secou


E com ela,


Secou tambem a alegria


Da miúdagem do bairro;


O Macuto da Ximinha


Que cantava todo o dia


Já não canta.


O Zé Camilo,


coitado,


Passa o dia deitado


A pensar em muitas coisas.


E o velhote Camalundo,


Quando passa por ali,


Já ninguém o arrelia,


Já mais ninguém lhe assobia,


Já faz a vida em sossego.


Como o meu bairro mudou,


Como o meu bairro está triste


Porque a mulemba secou...


Só o velho Camalundo


Sorri ao passar por lá!...


( Aires Almeida dos Santos )


(1922-1991)