domingo, maio 22, 2005

OS PULMÕES DA TERRA

Ainda a Amazónia!
Este tema preocupa-me muito por isso vou "postar" um artigo que me foi enviado por um amigo brasileiro que, tal como nós, está preocupado com a saúde do mundo e com a herança física que vamos deixar aos nossos filhos e aos nossos netos!

A assinatura do Protocolo de Quioto (que estabeleceu uma meta de redução de emissões para os países desenvolvidos correspondente a 5,2% em relação aos níveis de 1990), em 1997, até 2004, o Brasil já acrescentou umas 300 milhões de toneladas de carbono à atmosfera a mais em relação aos volumes que emitiria caso mantivesse a já elevada média de desmatamento dos anos 90. A prosseguir nesta escalada, o desmatamento na Amazônia poderá, por si só, comprometer boa parte dos esforços internacionais para a redução de emissões mesmo sendo cumpridas as metas de Quioto. . Não se pode comparar a responsabilidade do Brasil com a dos países desenvolvidos, que vêm poluindo a atmosfera há mais de 150 anos, na produção do efeito estufa,mas não se pode mais negar a sua absoluta responsabilidade em relação aos esforços atuais e futuros para se tentar mitigar as conseqüências do efeito estufa.
Significa dizer que, para além dos efeitos nocivos que provoca para o país e para os brasileiros, desperdiçando recursos florestais, reduzindo a sua biodiversidade e os recursos hídricos, afectando as condições climáticas locais, aumentando as doenças respiratórias e gerando passivos crescentes para as futuras gerações, o desmatamento na Amazônia tem impacto crescente sobre a situação do clima mundial.
A diplomacia brasileira teve um papel importante nos avanços até agora conseguidos internacionalmente no combate ao efeito estufa. A Convenção sobre a Mudança Climática da ONU foi assinada no Rio de Janeiro, em 1992. O Brasil esteve activo na formulação do Protocolo de Quioto e uma sua proposta levou à instituição do MDL – Mecanismo de Desenvolvimento Limpo. Estivemos entre os primeiros países a ratificar Quioto e a realizar o seu inventário nacional de emissões. Porém, a opção política de excluir o tratamento das emissões oriundas de desmatamento do escopo dos acordos internacionais (e do MDL, em particular), deixou o país sem instrumentos para trabalhar, neste âmbito, o seu principal fator de emissões.
O crescimento no ritmo do desmatamento significa, portanto, que estamos contribuindo como nunca para a deterioração do clima mundial, e que estaremos expostos, inevitavelmente, a crescentes e justificadas pressões internacionais. Além de incrementar as providências internas de combate ao desmatamento,e levar o tema, continuamente, ao plano internacional, buscando apoio concreto desta comunidade para compensá-las. Afinal, factores mundiais de mercado e o próprio efeito estufa contribuem para o desmatamento na Amazônia, e a sua eventual redução seria muito relevante para mitigar a crise climática mundial. Muito pior será sofrer pressões sem dispor de instrumentos para compartilhar e compensar os esforços em busca das soluções.

2 comentários:

Anónimo disse...

É mesmo os governos deviam unir-se para resolver este problema que é de todos, mas o vil metal e os interesses económicos falam sempre mais alto!

Ana

Anónimo disse...

Cara Dad, brilhante esta tua exposição. Chamadas de atenção como esta só valorizam ao mais alto nível o teu blog. Infelismente a situação catastrófica é irreversível. O que se detruiu é irrecuperável e o nosso Planete lentamente agoniza. O diagnóstico medical deste belo Planete Terra é "Cancro do Pulmão". Espero que gerações futuras descubram o remédio eficaz para inverter e irradiar a doença. Quem sabe o remédio para a cura se encontra no próprio pulmão amazónico.
Se assim não for, o único alento que nos resta é que as consequências serão sentidas e sofridas tanto pelos eternos defensores da floresta amazónica como pelos causadores da sua destruição.

Suor do Xisto