sábado, março 26, 2005

VÁRIAS ARTES EM UNÍSSONO,EM GENEVE, PARA TODO O TIPO DE GENTE!

O meu querido amigo Osvaldo Ribeiro que vive em Genéve e tem a sorte de trabalhar rodeado de arte, mandou-me a descrição do evento multi-artes que eu vou publicar, junto com algumas fotos ilustrativas e poderão levar-nos a imaginar a sensação de magnificência que foi vivenciada, a custo zero, por todos aqueles que percorreram as várias salas, escadarias e alas do Museu, comungando de sons e tons, de pinturas fabulosas e de todo o tipo de sensações artísticas, em uníssono! Aí vai a reportagem:

Cultura Musical...

A Música é sem dúvida alguma uma das maneiras mais antigas de comunicação entre os povos. Depois que o homem descobriu que o conjunto de sons extraídos de um ou vários objectos diferentes e ao mesmo tempo formavam um som único e melodioso e que através desse som poderia exprimir o seu estado emotivo, não mais a música deixou de fazer parte da vida cultural dos homens e dos povos de todos os Continentes. A Música poderá ter tendências nacionalistas, ser ou pertencer à cultura de um povo, de uma região ou de um país mas não tem fronteiras. A Música é livre, voa como o vento, viaja sem passaporte, não pede licença para entrar porque faz parte do ar que respiramos, porque a Música é uma cantiga, a nossa “Cantiga da Rua”. Não tem dono porque é de quem a canta, é do solitário e é das massas, é das Tertúlias e é das Marchas, conduz à Paz e nos catadulpa para a Guerra. A Música acompanha a nossa vida desde as canções de “ninar” da nossa infancia até ao choro melodioso que nos acompanha na nossa viagem da ida sem regresso.
Tudo isto porque há países em que os Departamentos Culturais a nivel governamental dão a maior importância e relêvo a este tipo de cultura. As maoires obras culturais conhecidas no mundo foram construidas de certeza acompanhadas de várias formas de música, fossem canções populares ou simples sons solitários de um assobio. Quando admiramos as imponentes Pirâmides do Egipto, os Jardins Babilónicos, os Monumentos Comemorativos Faraónicos nas várias partes do mundo ou simples quadros dos mais conhecidos impressionistas, de certeza que foram acompanhados por vários tipos de música na sua concepção.
Com este pensamento o Departamento Cultural da cidade de Genebra, Suíça, instituição estatal da qual sou funcionário, tem dado o maior apoio possivel a todos os eventos musicais para benefício da população e valorização e reconhecimento dos seus artistas durante todo o ano. Foi com este pensamento e dentro desta lógica que num fim de semana do mês de Março realizou um evento musical que só tinha sido testado em Londres e que desafiando todos os riscos o realizou nesta cidade. Nas imponentes escadarias interiores do Museu de Arte e História, entre estátuas e quadros e outras obras de arte, espalhou a orquestra sinfónica fazendo que e aproveitando a maravilhosa acústica, o som viesse de vários lugares distintos e distantes e misturando os espectadores aos artistas. Foi tudo tão bem cronometrado que em momento algum houve falsas notas. Inclusive um concerto sinfónico de quarenta pequenas caixas de música, sim pequenas caixas musicais tipo guarda joias, tornou-se um imenso sucesso tendo sido repetido várias vezes a pedido insistente do público presente.
Isto prova que a Cultura continua a ter o seu lugar de destaque desde que os governos apoiem as iniciativas em beneficio não só dos artistas mas principalmente do povo em geral.
Um agradecimento especial à Madame Jeanne PONT pelo seu empenhamento para a realização do evento que sem dúvida e graças ao sucesso conquistado junto do público, se irá repetir.

Osvaldo B. Ribeiro

11 comentários:

Anónimo disse...

Espetacular. Para quando um show musical destes em Portugal? Pelo que compreendi, foi aberto a todo o publico e gratuíto. E se bem compreendi o velho ditado continua actual; Santos da Casa Não Fazem Milagres.
Parabéns de um amante da música.

Gustavo Monteiro de Almeida disse...

Sr. Osvaldo Ribeiro. Parabéns pelo trabalho empreendido.

Quando é que pensa organizar algo em Tabuaço?

Anónimo disse...

Caro Gustavo Ameida, obrigado pelo incentivo, mas como não poderia deixar de ser, tudo o que se faz é em equipa e doutra maneira seria impossivel. Os parabéns serão transmitidos.
Quanto a organizar algo em Tabuaço, a minha vida é tão preenchida que eu costume dizer que não tenho tempo, tenho pedaços soltos de tempo. Mas pela terra que nos viu nascer, nunca um esforço será demais.
Mas sou de opinião que os lideres da autarquia local deveriam incentivar e motivar os jovens tabuacenses a apresentarem e desenvolverem projectos culturais que de certeza capacidades de realização a todos os niveis artisticos não lhes faltarão.
Um abração caro amigo (permita-me que assim o trate) e já agora, esqueça o Sr. porque só Osvaldo é do meu agrado.

Osvaldo B. Ribeiro

Gustavo Monteiro de Almeida disse...

Caro Osvaldo Ribeiro,

É bem verdade que todos podemos - e acrescento: devemos - fazer algo, cada vez sempre mais, pelo nosso concelho.

No que concerne aos líderes da autarquia... seria mais fácil para eles, e para todos nós, se a cultura fosse pensada como algo que nada tem a ver com políticas.

Infelizmente, tanto aqueles que estão no poder como aqueles que estão na oposição perdem-se, por vezes, e em demasia, nos meandros do gosto pelo poder esquecendo-se que há coisas que DEVEM ser feitas sem se olhar a meios, a cores, a opções, a religiões... etc.

No entanto, e por mim falo, pelo que tenho visto, pelo que tenho assistido, por aquilo em que tenho participado, as coisas têm vindo a mudar, e penso que a nossa edilidade aprendeu, e apreendeu, já há algum tempo, que é necessário abrir as portas do concelho a todos, começando pelos que nele residem, passando pelos seus familiares e descendentes e pelos amigos que vão sendo trazidos ao nosso torrão natal, e que acabam por ansiar demorar-se mais um pouco…

Acredite que quem está lá a trabalhar no dia-a-dia, com os recursos disponíveis, tem amadurecido, mesmo em termos de projectos e de sonhos para Tabuaço.

Não escrevo estas palavras por simples agradecimento à atenção que me possa ser dispensada por poder estar relativamente próximo...

Escrevo com sinceridade, tentando ser imparcial e objectivo, e não tendo receio de demonstrar alguma admiração por alguém que um dia acreditou que eu poderei ajudar Tabuaço das formas que se forem revelando necessárias, casuisticamente ou de forma arquitectada, pensada…

Tendo eu as capacidades que me foram dadas enquanto ser humano, enquanto descendente de tabuacenses, não posso manter os braços cruzados, DEVENDO, isso sim, encorajar todos a criar, a sonhar, a pensar a Res Publica tabuacense. É meu dever.

Quem me quiser ouvir, sem pensar logo em dividendos eleitorais, será sempre bem-vindo.

Quanto aos outros… que se cuidem, pois não ando cá para ser angariador de votos.

Já agora, e para poder ver o quanto amo o nosso concelho, convido-o a ler uma reportagem sobre Tabuaço, hoje publicada na Central Espigueiro de Informações Regionais: Por terras de Tabuaço – Uma viagem de encantamento pelo Douro Românico

http://www.espigueiro.pt/

Obrigado pela atenção,

Gustavo Monteiro de Almeida

Anónimo disse...

Olá Gustavo!
Eu também concordo que a arte tem que ser independente das "politiqueirices"! Apesar de não ser tabuacense, porque é que não imaginamos um grande acontecimento multiartes, metendo tabuacences e não só, qualquer coisa que leve até lá o que não é possível ser admirado pela grande maioria dos que lá vivem, por falta de meios materiais?
Já percebi que a autarquia está disposta a investir o possível neste conceito. Se se conseguir uma proposta bem feita, acho que será acarinhada e tornada possível. Vamos pensar quem, o quê, como, já que vocês, melhor do que eu, conhecem os espaços diversos onde se poderia mostrar, dança, música, pintura, canto, et..
Por exemplo o Grupo Coral onde eu canto, se for convidado com tempo e lhe derem transporte e pouco mais, poderá lá ir! Nós podemos organizar uma grande exposição com vários pintores, o Moa trata da parte poética e o Osvaldo da organização sincronizada do ou dos eventos. O Norberto estará, claro, sempre disposto a colaborar, desde que lhe sejam proporcionados os meios. Vamos nessa????

DAD

Anónimo disse...

Olá amigo Gustavo. Li e reli com muita atenção e enorme emoção o artigo "Por Terras de Tabuaço" no espigueiro. pt/ . Que brilhante roteiro histórico, cultural, geográfico, arqueológico o amigo descreveu sobre a nossa terra e nosso concelho. É incrivel como eu completo mais os meus conhecimentos sobre Tabuaço estando longe ou se quiserem, ausente, que própriamente nas minhas idas ao meu "Torrão Natal".
Parabéns pela dissertação profissionalmente completa do artigo e pelos superiores conhecimentos da terra e da região.
Quanto à sua exposição sobre o que se pode e deve fazer por Tabuaço a nivel cultural, compreendi perfeitamente a sua mensagem direi mesmo a intensidade e profundidade das suas palavras. Também estou totalmente de acordo que a cultura em algum momento poderá ser confundida ou manietade por não importa qual cor ou inclinação política nem misturada, como diz a nossa queridada Dad a politiqueirices de dúbios interesses ou aproveitamentos partidários. A cultura é o povo e o povo nasceu para ser livre. Foi o povo que inventou a Arte e só o povo a pode exprimir.
Quanto à intervenção/desafio da Dad
(que eu não aceito que ela diga que não é tabuacense, porque se não é passa a ser), é muito interessante e propícia a reflexão. Vamos nessa???? Porque não?!!!!....
Que achas Moa?, e tu Norberto?, a Dad já respondeu !, eu estarei aí em breve e entrarei em contacto, não sei como mas vou procurar para uma primeira abordagem e ver as disponibilidades e só falta saber o que pensa o amigo Gustavo !...

Um abraço a todos e até breve.

Osvaldo B. Ribeiro

Gustavo Monteiro de Almeida disse...

São coisas que devem ser feitas com cabeça, tronco e membros, devagar, mas bem, e de forma segura, para que se lancem raízes profundas.

É de pensar...

Anónimo disse...

Eu só lancei um repto! Inclusivamente não falei numa coisa importantíssima que é ver os recursos artísticos da própria terra, que afinal é o mais importante e utilizar o que existe de bom localmente com o que pode ser oferecido do exterior. Concordo com as vossas posições de cautela. O desafio foi meu mas são vocês os nascidos lá e que conhecem os meios e pretendem atingir os fins que devem gizar o plano, se estão dispostos a isso. Se as alegrias que a concepção de uma coisa destas puder resultar em problemas, melhor será que não se comece nada, porque nós só devemos entrar em coisas que construam e não que destruam o que quer que seja!

Beijinho DAD

Andre Moa disse...

Caríssimos amigos e companheiros do sonho: Que diz o Moa? Que há-de dizer um tabuacense amante da sua terra e da cultura? Que sim, vamos unir esforços e levar a Tabuaço um evento cultural diversificado, sério (não sisudo) popular (mas não popularucho) artístico e não politiqueiro. Conversemos, aprofundemos, vamos dando passos firmes mas cautelosos. Só penso que este ano não é propício, precisamente porque vai haver eleições autárquicas, pelo que poderia ser considerado politiqueiro. O que vale é que um evento destes não se levanta de um dia para o outro, logo, nunca poderia ser para este ano. Avancemos, pois. Viva Tabuaço, viva a cultura, viva a arte, vivamos nós para bem servirmos Tabuaço, as artes e a cultura.
Abraços amigos
André Moa

Andre Moa disse...

Caríssimos amigos e companheiros do sonho: Que diz o Moa? Que há-de dizer um tabuacense amante da sua terra e da cultura? Que sim, vamos unir esforços e levar a Tabuaço um evento cultural diversificado, sério (não sisudo) popular (mas não popularucho) artístico e não politiqueiro. Conversemos, aprofundemos, vamos dando passos firmes mas cautelosos. Só penso que este ano não é propício, precisamente porque vai haver eleições autárquicas, pelo que poderia ser considerado politiqueiro. O que vale é que um evento destes não se levanta de um dia para o outro, logo, nunca poderia ser para este ano. Avancemos, pois. Viva Tabuaço, viva a cultura, viva a arte, vivamos nós para bem servirmos Tabuaço, as artes e a cultura.
Abraços amigos
André Moa

Anónimo disse...

O Moa tardou mas arrecadou! Dois comentários iguais, sim senhor!!! Assim em duplicado, dá mais força! Corcordo que uma coisa desta demora um ano ou mais a preparar porque os próprios recursos da região têm que ser parceiros no Projecto, como é óbvio. Se alinham há que projectar e sonhar e fazer!Pela parte que me toca, farei o que acharem que posso ajudar mas os Tabuacenses (os 3 mosqueteiros)´são quem mais ordena!

Bjs a todos! DAD