UM ESPAÇO DEDICADO À PINTURA E À ESCRITA ESPAÇO DE PARTILHA COM TODOS OS MEUS AMIGOS DE TODOS OS CANTOS DESTA NOSSA TERRA, DIGO, PLANETA TERRA, POIS, POR ENQUANTO, AINDA SÓ SONHO COM AS OUTRAS GALÁXIAS...E FICO COM OS PÉS FIRMES POR AQUI...
segunda-feira, dezembro 31, 2012
Este não é para rir - é para pensar- Artigo de António Bagão Félix
sábado, dezembro 29, 2012
sábado, dezembro 22, 2012
A RAZÃO ESTÁ DO NOSSO LADO
quinta-feira, dezembro 20, 2012
A todos um bom Natal que rapidamente se aproxima
A TODOS UM BOM NATAL
Todos os dias, neste mundo, milhares de pessoas, gente como nós, são sacrificadas no altar dos mundanismos que geram a fome a doença e a infelicidade. Todos os
anos pedimos a Deus que o Ano seja bom e farto e que a Humanidade possa viver em paz, segurança e amor... e o votos repete-se e raramente vemos o cumprimento dos votos formulados. Mais uma vez vamos pedir o mesmo. Teremos feito, durante o ano que está a terminar, o nosso melhor para podermos construir o Reino de Deus na Terra?
Deixo esta meditação para todos nós, incluindo eu, claro!
Beijinhos para todos os que passarem por aqui com os desejos de que tenham um excelente Natal!
Dad
quinta-feira, dezembro 13, 2012
SONHO
Beijinhos para todos - Boas Festas!
terça-feira, agosto 14, 2012
QUERIDOS VISITANTES DESTE BLOG
Gostava que alguém que ajudasse a conseguir pôr o Blog outra vez como deve ser.
Se alguem souber como se faz, por favor diga-me.
Grande abraço,
Dad
sexta-feira, agosto 10, 2012
Os Lusíadas - Extracto de Versão actualizada

As sarnas de barões todos inchados
Eleitos pela plebe lusitana
Que agora se encontram instalados
Fazendo aquilo que lhes dá na gana
Nos seus poleiros bem engalanados,
Mais do que permite a decência humana,
Olvidam-se de quanto proclamaram
Em campanhas com que nos enganaram!
II
E também as jogadas habilidosas
Daqueles tais que foram dilatando
Contas bancárias ignominiosas,
Do Minho ao Algarve tudo devastando,
Guardam para si as coisas valiosas?
Desprezam quem de fome vai chorando!
Gritando levarei, se tiver arte,
Esta falta de vergonha a toda a parte!
III
Falem da crise grega todo o ano!
E das aflições que à Europa deram;
Calem-se aqueles que por engano?
Votaram no refugo que elegeram!
Que a mim mete-me nojo o peito ufano
De crápulas que só enriqueceram
Com a prática de trafulhice tanta
Que andarem à solta só me espanta.
IV
E vós, ninfas do Minho onde eu nado
Por quem sempre senti carinho ardente
Não me deixeis agora abandonado
E concedei engenho à minha mente,
De modo a que possa, convosco ao lado,
Desmascarar de forma eloquente
Aqueles que já têm no seu gene
A besta horrível do poder perene!
V
E porque nos é dada a aprendizagem,
Com os erros, que nos dão as lições,
Corramos com toda a vilanagem,
Com esta enorme corja de ladrões,
Capazes de toda a sacanagem,
P´ra proteger seus doutos figurões.
Pega em armas meu povo, tem coragem
De encher com estes merdas as prisões.
Luiz Vaiz de Calções
terça-feira, agosto 07, 2012
O LATIM EXPLICA TANTA COISA...

Por exemplo um "Magister equitum" era um Chefe de cavalaria, e um "Magister Militum" era um Chefe Militar.
Já o vocábulo "ministro" vem do latim "minister" e este, por sua vez, do adjectivo "minus" que significa "menos" ou "menos que". Na antiga Roma o "minister" era o servente ou o subordinado que apenas tinha habilidades ou era jeitoso.
COMO SE VÊ, O LATIM EXPLICA A RAZÃO PORQUE QUALQUER IMBECIL PODE SER MINISTRO... MAS NÃO MAESTRO!
sábado, julho 28, 2012
quinta-feira, julho 26, 2012
terça-feira, julho 24, 2012
terça-feira, julho 17, 2012
sexta-feira, julho 13, 2012
quarta-feira, julho 11, 2012
segunda-feira, julho 09, 2012
Os tempos...

quinta-feira, julho 05, 2012
segunda-feira, julho 02, 2012
Escrevo-lhe em papel preto porque estou de luto!

Exmº Senhor Primeiro-Ministro de Portugal
LISBOA
Exmº Snr:
Tenho 74 anos, sou reformado (descontei para a reforma durante 41 anos apesar de ter trabalhado durante 48) e esperava acabar os meus dias com a tranquilidade que uma vida de trabalho honesto justificava, mas tal está a mostrar-se impossível e daí a razão desta “carta aberta”.
Não, não lhe escrevo para lhe dizer que me mentiu, como mentiu a todos os portugueses, já estou (estamos) habituado à falta de verticalidade daqueles que aparecem nas campanhas eleitorais a prometer o céu para chegados ao poleiro nos transportarem ao inferno, também não lhe escrevo para lhe dizer que sou um dos que, em nome da salvação da Pátria e dos sacrifícios para todos, foi espoliado dos subsídios de férias e Natal, nem ao menos para lhe dizer que o curriculum de V/Exª não justificaria mais do que ser presidente do clube lá do bairro e muito menos para lhe dizer que o falar grosso não representa autoridade e competência, pode, isso sim, ser disfarce de autoritarismo e incompetência…
Porquê então esta carta?
Ignoro as muitas razões que tenho para lhe manifestar o meu protesto e fixo-me apenas numa palavra: VERGONHA.
Acha o Senhor Primeiro-Ministro que quem comunicou, com ar pungente, aos reformados, aos funcionários públicos e ainda a alguns trabalhadores de empresas com alguma ligação ao estado que lhes ia retirar os subsídios de férias e Natal por ganharem a exorbitância de algo mais de 1100 € e em contrapartida nomeia para o seu governo centenas de adjuntos, conselheiros, especialistas com ordenados três ou quatro vezes superiores e direito aos subsídios que aos outros retirou, tem um pingo de vergonha?
Acha o Senhor Primeiro-Ministro que quem fala na necessidade dos sacrifícios serem repartidos por todos os portugueses e requisita para os gabinetes ministeriais funcionários públicos com aumentos de vencimentos mensais de centenas, quando não milhares de euros e direito aos subsídios de férias e Natal, tem alguma vergonha?
Acha o Senhor Primeiro-Ministro que quem disse aos que depois de terem trabalhado durante dez, vinte ou trinta anos perderam o emprego que isso era uma nova oportunidade, tem qualquer tipo de vergonha?
Acha o Senhor Primeiro-Ministro que quem disse aos jovens do nosso país, talvez a geração mais bem preparada de sempre, para procurarem no estrangeiro o pão que Portugal lhes nega, tem réstia de vergonha?
Acha o Senhor Primeiro-Ministro que quem trocou os direitos dos portugueses pela caridadezinha das refeições nas escolas para os filhos famintos de Portugal e pelas cantinas sociais, tem vergonha na cara?
Acha o Senhor Primeiro-Ministro que quem, ar ridiculamente cândido de menino do coro ou chefe de quina da mocidade portuguesa com a bandeira na lapela, aparece a falar aos portugueses, num discurso que eu julgava enterrado em 25 de Abril, com frases enfáticas que em português corrente podemos traduzir como: Morre de fome hoje que amanhã tens comida, sente alguma vergonha do que diz?
Eu respondo Senhor Primeiro-Ministro.
Eu tenho vergonha Sr Primeiro-Ministro
Eu tenho vergonha de o ter como Primeiro-Ministro do meu país.
Embora no Alentejo, onde nasci, o cumprimento seja devido a todas as pessoas (os velhos da minha meninice chamavam-lhe “salvação”) não posso, por coerência ainda que com mágoa, cumprimentar V/Exa.
José Nogueira Pardal
Escrevo-lhe em papel preto porque estou de luto!
sábado, junho 23, 2012
segunda-feira, junho 18, 2012
A importância das pequenas coisas
quinta-feira, junho 14, 2012
segunda-feira, junho 11, 2012
Muito triste, muito triste, mas é bom saber... ladrões!!!

É triste, mas é bom saber...- Porque é que os madeirenses receberam 2 milhões de euros da solidariedade nacional, quando o que foi doado eram 2 milhões e 880 mil?Querem saber para onde foi esta "pequena" parcela de 880.000,00 €?A campanha a favor das vítimas do temporal na Madeira através de chamadas telefónicas é um insulto à boa-fé da gente generosa e um assalto à mão-armada.Pelas televisões a promoção reza assim: Preço da chamada 0,60 € + IVA. São 0,72 € no total.O que por má-fé não se diz é que o donativo que deverá chegar (?) ao beneficiário madeirense é de apenas 0,50 €.
Assim oferecemos 0,50 € a quem carece, mas cobram-nos 0,72 €, mais 0,22 € ou seja 30%.Quem ficou com esta diferença?1º - a PT com 0,10 € (17%) isto é a diferença dos 50 para os 60.2º - o Estado com 0,12 € (20%) referente ao IVA sobre 0,60 €.Numa campanha de solidariedade, a aplicação de uma margem de lucro pela PT e da incidência do IVA pelo Estado são o retrato da baixa moral a que tudo isto chegou.A RTP anunciou com imensa satisfação que o montante doado atingiu os 2.000.000,00 €.Esqueceu-se de dizer que os generosos pagaram mais 44%, ou seja, mais 880.000,00 € divididos entre a PT (400.000,00 € para a ajuda dos salários dos administradores) e o Estado (480.000,00 € para auxílio do reequilíbrio das contas públicas e aos trafulhas que por lá andam).A PT cobra comissão de quase 20% num acto de solidariedade!!!O Estado faz incidir IVA sobre um produto da mais pura generosidade!!!ISTO É UMA TOTAL FALTA DE VERGONHA, SOB A CAPA DA SOLIDARIEDADE. É BOM QUE O POVO SAIBA QUE ATÉ NA CONFIANÇA SOMOS ROUBADOS.ISTO É UM TRISTE ESBULHO À BOLSA E AO ESPÍRITO DE SOLIDARIEDADE DO POVO PORTUGUÊS!!!Pelo menos. DENUNCIE!"O que me preocupa não é o grito dos maus`. É o silêncio dos bons."
terça-feira, maio 29, 2012
quinta-feira, maio 24, 2012
DEPOIS DE MAYAKOVSKY - para ler com atenção!Simbolo de resistência aos nazis

MAYAKOVSKY poeta russo que se suicidou após a revolução de Lenin-escreveu assim ainda nos principios do sec XX:
Na primeira noite eles aproximaram-se e colheram uma flor do nosso jardim; e nós não dissemos nada...
Na 2ª noite já não se escondem, pisam as flores, matam o nosso cão e não dissemos nada...
Até que um dia, o mais frágil deles entra sozinho na nossa casa, rouba-nos a lua e fazendo-nos conhecer o medo, arrancando-nos a voz da garganta. E porque não dizemos nada, já não podemos dizer nada...
Primeiro levaram os negros, mas não me importei com isso, porque não sou negro;
Depois os operários, mas não me importei com isso porque não era operário,
Depois prenderam os miseráveis, mas não me importei, porque não sou miserável;
Depois agarraram uns desempregados, mas como tenho emprego, também não me importei;
Agora estão me levando, mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém, ninguém se importará comigo.
(Berthold Brecht)
(1898 - 1956)
terça-feira, maio 22, 2012
segunda-feira, maio 21, 2012
domingo, maio 13, 2012
quarta-feira, maio 09, 2012
Os mundos tocam-se?

No ventre de uma mulher grávida estavam dois bebés. O primeiro pergunta ao outro:
Tu acreditas na vida após o nascimento?
Certamente que sim. Algo tem de haver depois de nascermos! Talvez estejamos aqui, principalmente, porque precisamos de nos preparar para o que seremos mais tarde.
Tolice, não há vida após o nascimento. E se houvesse como seria ela? ...
Eu cá não sei, mas certamente haverá mais luz lá do que aqui... Talvez caminhemos com os nossos próprios pés e comamos com a boca.
Isso é absurdo! Caminhar é impossível. E comer com a boca é totalmente ridículo! O cordão umbilical alimenta-nos. Estou convencido de que a vida após o nascimento não existe, pois o cordão umbilical é muito curto!
Olha, eu penso de outro modo. Penso que há algo depois do nascimento, talvez um pouco diferente do que estamos habituados a ter aqui...
Mas nunca ninguém voltou de lá, para nos falar sobre isso!? O parto é o fim da vida. E a vida, afinal, nada mais é do que a angústia prolongada na escuridão.
Bem, eu não sei exactamente como será depois do nascimento, mas com certeza veremos a mamã e ela cuidará de nós.
Mamã? Tu acreditas na mamã? E onde está ela?
Onde? Em tudo à nossa volta! Nela e através dela é que nós vivemos. Sem ela nada disto existiria!
Eu não acredito. Nunca vi nenhuma mamã, pelo que não existe mamã nenhuma!
Eu acredito. E sabes porquê? Porque às vezes, quando estamos em silêncio, ouço-a cantar e sinto como ela afaga o nosso mundo. E também penso que a nossa vida só será "real"depois de termos nascido. Nesse momento tomará nova dimensão. Aqui, onde estamos agora, apenas estamos a preparar-nos para essa outra vida...
terça-feira, maio 08, 2012
segunda-feira, maio 07, 2012
Esta está muito boa!!!!!!
terça-feira, abril 24, 2012
UM POEMA DE JOSÉ JORGE LETRIA
sexta-feira, abril 20, 2012
terça-feira, abril 17, 2012
Contos da carochinha...

um recém-nascido abandonado.
O bebé foi limpo e alimentado pelos funcionários que decidiram dar
conhecimento do assunto ao Ministro da Educação.
Depois de oito dias, é emitido o seguinte despacho, dirigido ao
Secretário de Estado:
Forme-se um Grupo de Trabalho para investigar:
a) - Se o 'encontrado' é produto doméstico deste Ministério
b) - Se algum funcionário deste Ministério se encontra com
responsabilidades neste assunto.
Após um mês de investigação, o Grupo de Trabalho, conclui:
'O encontrado' nada tem a ver com este Ministério pelas razões seguintes:
a) - Neste Ministério não se faz nada por prazer nem por amor;
b) - Neste Ministério jamais duas pessoas colaboram intimamente para fazerem
alguma coisa de positivo;
c) - Neste Ministério tudo o que se faz não tem pés nem cabeça;
d) - No arquivo deste Ministério nada consta que tivesse estado terminado em apenas 9 meses.
segunda-feira, abril 16, 2012
quarta-feira, abril 04, 2012
HOJE DESCOBRI ESTE MEU POEMA QUE TEM 37 ANOS
Aí vai!

NOITE
Na noite a casa
O quarto e o menino que dorme
Os carros que passam – rápidos correm
Para destinos desconhecidos...
As paredes
As dimensões que se alongam,
O vento que sopra, a noite…imensa…
Senhora de manto insone, caminha e estende
Os seus tentáculos, pelas ruas cantos e vielas
Enchendo de amplitude os sons…
A noite, misteriosa e excitante,
A noite que me encontra aqui, neste lugar implantado
No tempo e no espaço…
Estou…Sou…
Alguém à procura de alguém que me encontre.
Alguém que não é matéria nem espírito,
Uma bola de fogo subindo imperturbável,
Através de milhares de estrelas que não o são…
Luzes de uma cidade que não vive, porque morreu estrangulada
de trânsito e de ruidos…
Alguém que foi asas e barco e mar e flores na primavera;
Que se vestiu de gelo e de sol para estar nos polos e nos trópicos,
Que cantou e rezando a um Deus desconhecido, inventou palavras novas
Para adornar de luz os cabelos e fez correr os rios por entre os meus dedos,
À descoberta de mundos novos.
Foi a aventura da nau que navegou por mares desconhecidos
E rasgou o ventre desses mares com agulhas de tecer as ondas
E enfunou as velas com a brisa refrescante de uma corrente de
Polos diferentes que se tocam porque aspiraram à proximidade;
E a nau fez-se nave e ascendeu aos céus e ao terceiro dia
Encontrou-se na presença do Homem Novo e ali viu que a sua descoberta
Tinha sido boa e chamou-a de AMOR;
E ficou feliz por ter saído para a rua e ter encontrado a multidão que
Via nele o Salvador.
E encheu-lhe a boca com os suaves aromas que trouxe do Céu e adornou-lhe
A fronte com as flores que crescem nos países que estão por descobrir,
Pelo resto da Humanidade.
E ao cantarem velhas baladas de marinheiros bêbados,
Julgaram que estavam a redescobrir um mundo que tinha sido perdido,
Porque não havia pureza para o agarrar– e juraram que regariam a flor maravilhosa
Que haviam feito nascer.
…E construíram uma fortaleza numa ilha deles e deram-lhe um nome que só eles conheciam…
E julgaram que agora já nada poderia tornar vulnerável o seu mundo… nem a idade, nem
As contrariedades, porque ali o tempo e o espaço tinham sido abolidos.
E o ar ganhou as fragâncias que eles quiseram e tudo se cobriu das cores que eles
Inventaram! Eram, ao mesmo tempo, reis e mendigos, eram, por si só, o princípio e o fim.
E agora, que subitamente pestanejo, olho à minha volta e recupero a consciência de não ter saído deste quarto, do meu menino estar a dormir e de ser noite, noite e dos carros que passam rápidos. Olho as paredes e sinto que estou aqui - cansada… e vou tentar dormir.
Olho mais uma vez para o meu menino, sereno e tranquilo no seu sono e…enfim… comprometo-me a descansar…
DAD
17/7/78
terça-feira, abril 03, 2012
FELIZ PÁSCOA PARA TODOS!


Páscoa é renascimento...
É passagem...
É mudança e transformação...
É ser novo um mesmo ser
Que recomeça pela própria libertação.
Fica para trás uma vida cheia de poeira
E começa agora um novo caminhar
Cheio de luz, de fortalecimento,
Esperanças renovadas,
E um arco-íris rasga o céu
E parece balbuciar que Jesus ressurgiu
para nos provar que o amor
incondicional existe, assim como a vida eterna.

FELIZ PÁSCOA PARA TODOS!
DAD
terça-feira, março 27, 2012
A SAUDE MENTAL DOS PORTUGUESES

publicado no Público de 2010-06-21
Recentemente, ficámos a saber, através do primeiro estudo epidemiológico nacional de Saúde Mental, que Portugal é o país da Europa com a maior prevalência de doenças mentais na população. No último ano, um em cada cinco portugueses sofreu de uma doença psiquiátrica (23%) e quase metade (43%) já teve uma destas perturbações durante a vida.
Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque assisto com impotência a uma sociedade perturbada e doente em que violência, urdida nos jogos e na televisão, faz parte da ração diária das crianças e adolescentes. Neste redil de insanidade, vejo jovens infantilizados incapazes de construírem um projecto de vida, escravos dos seus insaciáveis desejos e adulados por pais que satisfazem todos os seus caprichos, expiando uma culpa muitas vezes imaginária. Na escola, estes jovens adquirem um estatuto de semideus, pois todos terão de fazer um esforço sobrenatural para lhes imprimir a vontade de adquirir conhecimentos, ainda que estes não o desejem. É natural que assim seja, dado que a actual sociedade os inebria de direitos, criando-lhes a ilusão absurda de que podem ser mestres de si próprios.
Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque, nos últimos quinze anos, o divórcio quintuplicou, alcançando 60 divórcios por cada 100 casamentos (dados de 2008). As crises conjugais são também um reflexo das crises sociais. Se não houver vínculos estáveis entre seres humanos não existe uma sociedade forte, capaz de criar empresas sólidas e fomentar a prosperidade. Enquanto o legislador se entretém maquinalmente a produzir leis que entronizam o divórcio sem culpa, deparo-me com mulheres compungidas, reféns do estado de alma dos ex-cônjuges para lhes garantirem o pagamento da miserável pensão de alimentos.
Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque se torna cada vez mais difícil, para quem tem filhos, conciliar o trabalho e a família. Nas empresas, os directores insanos consideram que a presença prolongada no trabalho é sinónimo de maior compromisso e produtividade. Portanto é fácil perceber que, para quem perde cerca de três horas nas deslocações diárias entre o trabalho, a escola e a casa, seja difícil ter tempo para os filhos. Recordo o rosto de uma mãe marejado de lágrimas e com o coração dilacerado por andar tão cansada que quase se tornou impossível brincar com o seu filho de três anos.
Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque a taxa de desemprego em Portugal afecta mais de meio milhão de cidadãos. Tenho presenciado muitos casos de homens e mulheres que, humilhados pela falta de trabalho, se sentem rendidos e impotentes perante a maldição da pobreza. Observo as suas mãos, calejadas pelo trabalho manual, tornadas inúteis, segurando um papel encardido da Segurança Social.
Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque é difícil aceitar que alguém sobreviva dignamente com pouco mais de 600 euros por mês, enquanto outros, sem mérito e trabalho, se dedicam impunemente à actividade de pilhagem do erário público. Fito com assombro e complacência os olhos de revolta daqueles que estão cansados de escutar repetidamente que é necessário fazer mais sacrifícios quando, já há muito, foram dizimados pela praga da miséria.
Finalmente, interessa-me a saúde mental de alguns portugueses com responsabilidades governativas porque se dedicam obsessivamente aos números e às estatísticas esquecendo que a sociedade é feita de pessoas. Entretanto, com a sua displicência e inépcia, construíram um mecanismo oleado que vai inexoravelmente triturando as mentes sãs de um povo, criando condições sociais que favorecem uma decadência neuronal colectiva, multiplicando, deste modo, as doenças mentais.
E hesito em prescrever antidepressivos e ansiolíticos a quem tem o estômago vazio e a cabeça cheia de promessas de uma justiça que se há-de concretizar; e luto contra o demónio do desespero, mas sinto uma inquietação culposa diante destes rostos que me visitam diariamente.