sexta-feira, agosto 10, 2012

Os Lusíadas - Extracto de Versão actualizada



I
As sarnas de barões todos inchados
Eleitos pela plebe lusitana
Que agora se encontram instalados
Fazendo aquilo que lhes dá na gana
Nos seus poleiros bem engalanados,
Mais do que permite a decência humana,
Olvidam-se de quanto proclamaram
Em campanhas com que nos enganaram!

II
E também as jogadas habilidosas
Daqueles tais que foram dilatando
Contas bancárias ignominiosas,
Do Minho ao Algarve tudo devastando,
Guardam para si as coisas valiosas?
Desprezam quem de fome vai chorando!
Gritando levarei, se tiver arte,
Esta falta de vergonha a toda a parte!

III
Falem da crise grega todo o ano!
E das aflições que à Europa deram;
Calem-se aqueles que por engano?
Votaram no refugo que elegeram!
Que a mim mete-me nojo o peito ufano
De crápulas que só enriqueceram
Com a prática de trafulhice tanta
Que andarem à solta só me espanta.

IV
E vós, ninfas do Minho onde eu nado
Por quem sempre senti carinho ardente
Não me deixeis agora abandonado
E concedei engenho à minha mente,
De modo a que possa, convosco ao lado,
Desmascarar de forma eloquente
Aqueles que já têm no seu gene
A besta horrível do poder perene!

V
E porque nos é dada a aprendizagem,
Com os erros, que nos dão as lições,
Corramos com toda a vilanagem,
Com esta enorme corja de ladrões,
Capazes de toda a sacanagem,
P´ra proteger seus doutos figurões.
Pega em armas meu povo, tem coragem
De encher com estes merdas as prisões.




Luiz Vaiz de Calções

1 comentário:

Maria disse...

Dad amiga:
O Luìz Vais de Calções, não serás tu?
Adorei.
Volta depressa.
Abraço
Maria