segunda-feira, fevereiro 08, 2010

A revolta do Presidente da AMI - III Congresso Nacional de Economistas


Este homem é um extraordinário ser humano!
Mais uma vez o vou citar...

O presidente da AMI, Fernando Nobre, criticou hoje a posição das associações patronais que se têm manifestado contra aumentos no salário mínimo nacional. Na sua intervenção no III Congresso Nacional de Economistas, Nobre considerou "completamente intolerável" que exista quem viva "com pensões de 300 ou menos euros por mês", e questionou toda a plateia se "acham que algum de nós viveria com 450 euros por mês?"
Numa intervenção que arrancou aplausos aos vários economistas presentes, Fernando Nobre disse que não podia tolerar "que exista quem viva com 450 euros por mês", apontando que se sente envergonhado com "as nossas reformas".
"Os números dizem 18% de pobres... Não me venham com isso. Não entram nestes números quem recebe os subsídios de inserção, complementos de reforça e outros. Garanto que em Portugal temos uma pobreza estruturada acima dos 40%, é outra coisa que me envergonha..." disse ainda.
"Quando oiço o patronato a dizer que o salário mínimo não pode subir.... algum de nós viveria com 450 euros por mês? Há que redistribuir, diminuir as diferenças. Há 100 jovens licenciados a sair do país por mês, enfrentamos uma nova onda emigratória que é tabu falar. Muitos jovens perderam a esperança e estão à procura de novos horizontes... e com razão", salientou Fernando Nobre.

O presidente da AMI, visivelmente emocionado com o apelo que tenta lançar aos economistas presentes no Funchal, pediu mesmo que "pensem mais do que dois minutos em tudo isto". Para Fernando Nobre "não é justo que alguém chegue à sua empresa e duplique o seu próprio salário ao mesmo tempo que faz uma redução de pessoal. Nada mais vai ficar na mesma", criticou, garantindo que a sociedade "não vai aceitar que tudo fique na mesma".
No final da sua intervenção, Fernando Nobre apontou baterias a uma pequena parte da plateia, composta por jovens estudantes, citando para isso Sophia de Mello Breyner. "Nada é mais triste que um ser humano mais acomodado", citou, virando-se depois para os jovens e desafiando-os: "Não se deixem acomodar. Sejam críticos, exigentes. A vossa geração será a primeira com menos do que os vossos pais".
Fernando Nobre ainda atacou todos aqueles que "acumulam reformas que podem chegar aos 20 mil euros quanto outros vivem com pensões de 130, 150 ou 200 euros... Não é um Estado viável! Sejamos mais humanos, inteligentes e sensíveis".

6 comentários:

silvia grazina disse...

"Não se deixem acomodar", não fui quem disse, mas uma alma escrita com letra grande o seu nome é DR. fERNANDO Nobre, ajudem quem mais precisa, ponham os olhos nos voluntários da AMI, E AJUDEM, NÃO CUSTA NADA, NÃO DÓI, , bjs silvia grazina.

Kim disse...

Quando há cerca de dois anos vi uma entrevista com este homem fiquei fã incondicional.
Várias vezes já estiva para o postar.
Um beijinho amiga Dad

Osvaldo disse...

Dad;

Este Senhor, Fernando Nobre, é Grande, muito Grande... e muito Nobre.

Que sorte tem Portugal de ter Homens como ele.

bjs, Dad,
da Ana e Osvaldo

Anónimo disse...

Os comentarios de este grande homen estão a vista de todas as pessoas.São a verdade de todos os dias. Temos de nos levenatar e procurar a igualdade .ojala que tenha sido ouvido por aqueles que tem ordenados de 5,7 e 10 mil euros

Je Vois La Vie en Vert disse...

Querida Dad,

Também já tinha lido estas nobres palavras deste grande senhor ! Mas nunca é demais repetí-las !

Infelizmente, os que mais têm não saberão prescindir dum pouco do que têm em favor dos outros, primeiro porque são insensíveis e segundo porque nem sequer podem imaginar o que é ser pobre.

Todas as semanas, vejo a minha amiga, mãe de 4 filhos que tem sempre falta de dinheiro, dar ao mendigo à saída da missa, os 2 euros que ela guarda todas as semanas para ele. Esta moeda vale milhões !

Beijinhos

Verdinha

Laura disse...

Olá, ausente e pedindo desculpa...entrei plo blogue do Osvaldo.

Claro que ninguém renuncia ao muito que já tem. Que lhes importa que nos outros lares não haja pão, educação? depois queixa-se de que os jovens são mal educados, não há respeito, enfim, não há é dignidade para muitos que sofrem, choram em silêncio e, continuam cada vez mais pobres!
Nem todos recebem 400 euros ou mesmo 300, claro que não, há quem tem uns miseros cem euros...
Que haja Homens de brio a fazer ver aos outros a verdade que eles teimam em esconder.
Um grande e apertadinho abraço da, laura