quarta-feira, junho 11, 2008

Poema de um amigo - Ernesto Leandro

Hoje não vou falar mais.
Tudo o que dissesse,
pareceria uma prece
de pecador arrependido.
Trouxe comigo Satanás
para o meu céu sonhado
e ele fugiu, envergonhado
do anjo que sou e que serei,
apesar da gente que açoitei
e feri...
e agora chicoteado
pelo verdugo que sou
tenho saudades desse céu sonhado,
mas não deixarei de ir,
por onde vou!!!
(Ernesto Leandro)

4 comentários:

Osvaldo disse...

Este poema (lindissimo) é auto-flagelante de um mártir assumido...
Poema etufante que corta tais corais, a carne açoitada dos poetas ofegantes...
Bravo Dad, pelo post e parabéns ao autor (Ernesto Leandro) pelo poema duro mas leal.
Um abraço a todos da
Ana e Osvaldo

BLUE LADY disse...

O poeta é um sofredor,
Finge tão completamente
que chega a fingir que é dor
A dor que, deveras, sente...

Belo poema cheio de dor.

Parabéns ao seu amigo.

Anónimo disse...

Belíssimo poema.
A dor que transparece é o nosso quotidiano colectivo.

Paula Raposo disse...

Um excelente poema que senti aqui bem dentro de mim!!