UM ESPAÇO DEDICADO À PINTURA E À ESCRITA ESPAÇO DE PARTILHA COM TODOS OS MEUS AMIGOS DE TODOS OS CANTOS DESTA NOSSA TERRA, DIGO, PLANETA TERRA, POIS, POR ENQUANTO, AINDA SÓ SONHO COM AS OUTRAS GALÁXIAS...E FICO COM OS PÉS FIRMES POR AQUI...
terça-feira, janeiro 31, 2012
domingo, janeiro 29, 2012
sexta-feira, janeiro 27, 2012
qual é o teu valor de mercado?
"Qual é o teu valor de mercado, mãe? Desculpa escrever-te uma pequena carta, mas estou tão confuso que pensei que escrevendo me explicava melhor.
Vi ontem na televisão um senhor de cabelos brancos, julgo que se chama Catroga, a explicar que vai ter um ordenado de 639 mil euros por ano na EDP, aquela empresa que dava muito dinheiro ao Estado e que o governo ofereceu aos chineses.
Pus-me a fazer contas e percebi que o senhor vai ganhar 1750 euros por dia. E depois ouvi o que ele disse na televisão. Vai ganhar muito dinheiro porque tem o seu valor de mercado, tal como o Cristiano Ronaldo. Foi então que fiquei a pensar. Qual é o teu valor de mercado, mãe?
Tu acordas todos os dias por volta das seis e meia da manhã, antes de saíres de casa ainda preparas os nossos almoços, passas a ferro, arrumas a casa, depois sais para o trabalho e demoras uma hora em transportes, entra e sai do comboio, entra e sai do autocarro, por fim lá chegas e trabalhas 8 horas, com mais meia hora agora, já é noite quando regressas a casa e fazes o jantar, arrumas a casa e ainda fazes mil e uma coisas até te deitares quando já eu estou há muito tempo a dormir.
O teu ordenado mensal, contaste-me tu, é pouco mais de metade do que aquele senhor de cabelos brancos ganha num só dia. Afinal mãe qual é o teu valor de mercado? E qual é o valor de mercado do avozinho? Começou a trabalhar com catorze anos, trabalhou quase sessenta anos e tem uma reforma de quinhentos euros, muito boa, diz ele, se comparada com a da maioria dos portugueses. Qual é o valor de mercado do avô, mãe? E qual é o valor de mercado desses portugueses todos que ainda recebem menos que o avô? Qual é o valor de mercado da vizinha do andar de cima que trabalha numa empresa de limpezas?
Ontem à tardinha ela estava a conversar com a vizinha do terceiro esquerdo e dizia que tem dias de trabalhar catorze horas, que não almoça por falta de tempo, que costumava comer um iogurte no autocarro mas que desde que o motorista lhe disse que era proibido comer nos transportes públicos se habituou a deixar de almoçar. Hábitos!
Qual é o valor de mercado da vizinha, mãe? E a minha prima Ana que depois de ter feito o mestrado trabalha naquilo dos telefones, o "call center", enquanto vai preparando o doutoramento? Ela deve ter um enorme valor de mercado! E o senhor Luís da mercearia que abre a loja muito cedo e está lá o dia todo até ser bem de noite, trabalha aos fins de semana e diz ele que paga mais impostos que os bancos?
Que enorme valor de mercado deve ter! O primo Zé que está desempregado, depois da empresa onde trabalhava há muitos anos ter encerrado, deve ter um valor de mercado enorme! Só não percebo como é que com tanto valor de mercado vocês todos trabalham tanto e recebem tão pouco! Também não entendo lá muito bem - mas é normal, sou criança - o que é isso do valor de mercado que dá milhões ao senhor de cabelos brancos e dá miséria, muito trabalho e sofrimento a quase todas as pessoas que eu conheço!
Foi por isso que te escrevi, mãe. Assim, a pôr as letrinhas num papel, pensava eu que me entendia melhor, mas até agora ainda estou cheio de dúvidas. Afinal, mãe, qual o teu valor de mercado? E o meu?"
Vi ontem na televisão um senhor de cabelos brancos, julgo que se chama Catroga, a explicar que vai ter um ordenado de 639 mil euros por ano na EDP, aquela empresa que dava muito dinheiro ao Estado e que o governo ofereceu aos chineses.
Pus-me a fazer contas e percebi que o senhor vai ganhar 1750 euros por dia. E depois ouvi o que ele disse na televisão. Vai ganhar muito dinheiro porque tem o seu valor de mercado, tal como o Cristiano Ronaldo. Foi então que fiquei a pensar. Qual é o teu valor de mercado, mãe?
Tu acordas todos os dias por volta das seis e meia da manhã, antes de saíres de casa ainda preparas os nossos almoços, passas a ferro, arrumas a casa, depois sais para o trabalho e demoras uma hora em transportes, entra e sai do comboio, entra e sai do autocarro, por fim lá chegas e trabalhas 8 horas, com mais meia hora agora, já é noite quando regressas a casa e fazes o jantar, arrumas a casa e ainda fazes mil e uma coisas até te deitares quando já eu estou há muito tempo a dormir.
O teu ordenado mensal, contaste-me tu, é pouco mais de metade do que aquele senhor de cabelos brancos ganha num só dia. Afinal mãe qual é o teu valor de mercado? E qual é o valor de mercado do avozinho? Começou a trabalhar com catorze anos, trabalhou quase sessenta anos e tem uma reforma de quinhentos euros, muito boa, diz ele, se comparada com a da maioria dos portugueses. Qual é o valor de mercado do avô, mãe? E qual é o valor de mercado desses portugueses todos que ainda recebem menos que o avô? Qual é o valor de mercado da vizinha do andar de cima que trabalha numa empresa de limpezas?
Ontem à tardinha ela estava a conversar com a vizinha do terceiro esquerdo e dizia que tem dias de trabalhar catorze horas, que não almoça por falta de tempo, que costumava comer um iogurte no autocarro mas que desde que o motorista lhe disse que era proibido comer nos transportes públicos se habituou a deixar de almoçar. Hábitos!
Qual é o valor de mercado da vizinha, mãe? E a minha prima Ana que depois de ter feito o mestrado trabalha naquilo dos telefones, o "call center", enquanto vai preparando o doutoramento? Ela deve ter um enorme valor de mercado! E o senhor Luís da mercearia que abre a loja muito cedo e está lá o dia todo até ser bem de noite, trabalha aos fins de semana e diz ele que paga mais impostos que os bancos?
Que enorme valor de mercado deve ter! O primo Zé que está desempregado, depois da empresa onde trabalhava há muitos anos ter encerrado, deve ter um valor de mercado enorme! Só não percebo como é que com tanto valor de mercado vocês todos trabalham tanto e recebem tão pouco! Também não entendo lá muito bem - mas é normal, sou criança - o que é isso do valor de mercado que dá milhões ao senhor de cabelos brancos e dá miséria, muito trabalho e sofrimento a quase todas as pessoas que eu conheço!
Foi por isso que te escrevi, mãe. Assim, a pôr as letrinhas num papel, pensava eu que me entendia melhor, mas até agora ainda estou cheio de dúvidas. Afinal, mãe, qual o teu valor de mercado? E o meu?"
quinta-feira, janeiro 26, 2012
Nos tempos em que se ensinava a poupar...irra que não há saudades para tal
"Senhor Presidente, hoje não apanhei o eléctrico; vim a correr atrás dele e poupei oito tostões"
- disse o funcionário público, um contínuo, a querer agradar a Oliveira Salazar.
Respondeu Salazar de imediato: "Fez bem, mas se viesse atrás de um táxi teria feito melhor, porque poupava vinte escudos e chegava mais cedo".
terça-feira, janeiro 24, 2012
Pois é....
O avô conta ao seu neto João as grandes mudanças que aconteceram na sociedade, desde a sua juventude até agora...
«Sabes, João, quando eu era pequeno, a minha mãe dava-me dez escudos, e com isso mandava-me à mercearia da esquina.
Então eu voltava com um pacote de manteiga, dois litros de leite, um saco de batatas, um queijo, um pacote de açúcar, um pão e uma dúzia de ovos..!"
E o João respondeu-lhe:
«Mas avô, na tua época não havia câmaras de vigilância?»
segunda-feira, janeiro 23, 2012
Um ramo de flores silvestres
Ofereceste-me um ramos de flores amarelas,
era o dia especial tão esperado,
deste-me um beijo eu corei atrapalhada,
bons tempos esses da ingenuidade,
que hoje recordo com saudade.
Dad
domingo, janeiro 22, 2012
quinta-feira, janeiro 19, 2012
Meditação... à guiza de poema...
Os sons do infinito numa mensagem de flores
procuram os beijos não beijados,
os abraços tão perdidos no adeus,
os sonhos nunca mais sonhados,
a memória das coisas que passaram,
os amigos que perdemos no caminho,
o esforço, quase sempre sem vitória,
de termos que sonhar sozinho...
Dad
terça-feira, janeiro 10, 2012
Manual para 2012
Saúde:1. Beba muita água;2. Ao pequeno-almoço coma como um rei, ao almoço como um príncipe e ao jantar como um pedinte;3. Coma o que nasce em árvores e plantas, e menos comida produzida em fábricas;4. Viva com os 3 E's: Energia, Entusiasmo e Empatia;5. Trabalhe com calma e boa disposição;6. Sente-se em silêncio pelo menos 10 minutos por dia;7. Leia mais livros do que leu em 2011;8. Durma 7 horas por dia; 9. Faça caminhadas de 10-30 minutos por dia, e enquanto caminha sorria. 10. Sorria e ria mais.
Personalidade:11. Não compare a sua vida com a dos outros. Ninguém sabe como é a caminhada dos outros;12. Não tenha pensamentos negativos;13. Não exceda. Mantenha-se nos seus limites;14. Não se torne demasiado sério;15. Não desperdice a sua energia preciosa em maledicências e conversas sobre a vida alheia;16. Sonhe mais;17. Inveja é uma perda de tempo.18. Faça as pazes com o seu passado. Não recorde os erros do passado. Isso destruirá a sua felicidade presente;19. A vida é curta de mais para odiar alguém. Não odeie.20. Seja forte interiormente; saiba estar só;21. Ninguém comanda a sua felicidade a não ser você mesmo;22. Tenha consciência de que a vida é uma escola e que está nela para aprender. Problemas são apenas parte do curriculum, que aparecem e se desvanecem como uma aula de álgebra, mas as lições que aprende, perduram uma vida inteira;23. Não é preciso ganhar todas as discussões. Aceite também a discordância; 24. Não se preocupe com o que os outros pensam de si;
Sociedade:25. Entre mais em contacto com sua família;26. Dê algo de bom aos outros diariamente;27. Perdoe a todos por tudo;28. Passe tempo com pessoas acima de 70 anos e abaixo de 6;29. Tente fazer sorrir pelo menos três pessoas por dia;30. O seu trabalho não tomará conta de si quando estiver doente. Os seus amigos o farão. Mantenha contacto com os seus amigos. 31. Cinema ou TV, opte por um bom filme;
A Vida:32. Faça o que é correcto;33. Desfaça-se do que não é útil, nem bonito nem alegre;34. Por muito boa ou má que a situação seja.... Ela mudará...36. O tempo cura quase tudo;37. O melhor ainda está para vir;38. Quando acordar de manhã, agradeça a Deus pela graça de estar vivo.39. Mantenha seu coração sempre feliz.
Personalidade:11. Não compare a sua vida com a dos outros. Ninguém sabe como é a caminhada dos outros;12. Não tenha pensamentos negativos;13. Não exceda. Mantenha-se nos seus limites;14. Não se torne demasiado sério;15. Não desperdice a sua energia preciosa em maledicências e conversas sobre a vida alheia;16. Sonhe mais;17. Inveja é uma perda de tempo.18. Faça as pazes com o seu passado. Não recorde os erros do passado. Isso destruirá a sua felicidade presente;19. A vida é curta de mais para odiar alguém. Não odeie.20. Seja forte interiormente; saiba estar só;21. Ninguém comanda a sua felicidade a não ser você mesmo;22. Tenha consciência de que a vida é uma escola e que está nela para aprender. Problemas são apenas parte do curriculum, que aparecem e se desvanecem como uma aula de álgebra, mas as lições que aprende, perduram uma vida inteira;23. Não é preciso ganhar todas as discussões. Aceite também a discordância; 24. Não se preocupe com o que os outros pensam de si;
Sociedade:25. Entre mais em contacto com sua família;26. Dê algo de bom aos outros diariamente;27. Perdoe a todos por tudo;28. Passe tempo com pessoas acima de 70 anos e abaixo de 6;29. Tente fazer sorrir pelo menos três pessoas por dia;30. O seu trabalho não tomará conta de si quando estiver doente. Os seus amigos o farão. Mantenha contacto com os seus amigos. 31. Cinema ou TV, opte por um bom filme;
A Vida:32. Faça o que é correcto;33. Desfaça-se do que não é útil, nem bonito nem alegre;34. Por muito boa ou má que a situação seja.... Ela mudará...36. O tempo cura quase tudo;37. O melhor ainda está para vir;38. Quando acordar de manhã, agradeça a Deus pela graça de estar vivo.39. Mantenha seu coração sempre feliz.
segunda-feira, janeiro 09, 2012
domingo, janeiro 08, 2012
quarta-feira, janeiro 04, 2012
Interessante artigo recebido do amigo Jaime - Gibardeira - vulgo Azevinho
O consumismo desenfreado que, apesar das crises económicas, na época natalícia se manifesta exuberantemente, tende a escamotear as verdadeiras verdades (passe o pleonasmo) da Vida. A utilização dos recursos da natureza deveria basear-se única e exclusivamente no sustento e progresso da Humanidade e das outras espécies animais e vegetais que a irmanam nesta etapa evolutiva do Universo e jamais em superficialidades.
Surge esta tirada filosófica, quiçá exagerada, para aplicar à comezinha constatação de que o azevinho, Ilex aquifolium L., é um arbusto silvestre em perigo de extinção só porque os cristãos começaram a associá-lo ao Natal e a incorporá-lo maciçamente nas ornamentações pueris que caracterizam a quadra, expoente máximo do consumismo no Ocidente.
Ora já não havendo azevinho bastante, de que se lembraram “as criaturas de Deus?” De desbastar a gilbardeira que, em comum com o citado azevinho, só tem os frutinhos escarlates.
E desta forma enviesada, chegamos então à gilbardeira, denominada cientificamente por Ruscus aculeatus L. Confirma-se assim o velho ditado de que as conversas são como as cerejas, perdão, neste caso, como as bagas do azevinho e da gilbardeira.
Discorramos pois sobre este curioso arbusto da família das liliáceas ou das ruscáceas (depende dos especialistas botânicos que, neste caso, parece que ainda não se entenderam), também já muito ameaçado pela moda natalícia. Trata-se de uma espécie perene, oriunda da Eurásia, que pode chegar aos 80 cm de altura. É de cor verde escura e brilhante e possui abundantes rizomas subterrâneos, o que parece garantir a sua sobrevivência face aos constantes ataques dos adoradores do Menino Jesus. Apresenta caules lisos e arredondados e quase não tem folhas que são afinal pequenas escamas pouco visíveis. Em contrapartida, surgem os cladódios, ou seja, as expansões achatadas do caule, de forma ovada e rígida com vértice espinhoso, alternas e sésseis que fazem lembrar autênticas folhas. Na realidade, o observador menos atento e desinformado, julga, equivocadamente, que está a ver as folhas da planta. Ora as flores e os frutos jamais nascem nas folhas e na gilbardeira é nesses cladódios que aparecem as pequenas flores unissexuais e solitárias e mais tarde, os atraentes frutos vermelhos formando bagas globosas de 10 a 15 mm de diâmetro. O contraste entre o vermelho vivo das bagas e a coloração verde brilhante do resto da planta, cativa os curiosos, mas nada os obriga a destruir gilbardeiras só para ornamentar os respetivos presépios. Devemo-nos deleitar apenas pela mera contemplação, se não quisermos obter delas, outros benefícios óbvios para a nossa saúde.
A gilbardeira possui, de facto, grande interesse para a medicina, principalmente os seus rizomas que têm propriedades diuréticas, anti-inflamatórias, emolientes, laxantes, aperitivas e febrífugas.
De entre os seus componentes químicos há a destacar resinas, óleos essenciais, saponósidos, cálcio, nitrato de potássio e outros sais minerais.
Tem aplicações no tratamento de hemorroidas, litíases, edemas, varizes, tendinites e gota. Muito bons resultados vêm sendo obtidos nas insuficiências crónicas venosas, com dor, prurido e inchaço das pernas. Nalgumas regiões francesas a gilbardeira é popularmente conhecida por “plante des jambes légères”, ou seja, planta das pernas ligeiras.
Em uso interno podem preparar-se infusões a partir de 4 g do rizoma por chávena, para beber três vezes ao dia. Há ainda quem recomende o cozimento de 60 g por litro de água para tomar três chávenas diariamente no intervalo das refeições. Usa-se também a tintura (1:10): 4 ml por cada toma. Para uso externo é corrente usar-se a pomada preparada com glicerina a que se junta uma substância extraída do rizoma, denominada “ruscogenina”.
Os frutos da gilbardeira não devem ficar ao alcance das crianças porque, se forem ingeridos, podem provocar vómitos, convulsões e diarreias.
No entanto, diversos autores informam que os rebentos tenros são comestíveis, podendo ser cozinhados como se fossem espargos silvestres. Devo confessar, contudo, que ainda não experimentei tais acepipes.
Surge esta tirada filosófica, quiçá exagerada, para aplicar à comezinha constatação de que o azevinho, Ilex aquifolium L., é um arbusto silvestre em perigo de extinção só porque os cristãos começaram a associá-lo ao Natal e a incorporá-lo maciçamente nas ornamentações pueris que caracterizam a quadra, expoente máximo do consumismo no Ocidente.
Ora já não havendo azevinho bastante, de que se lembraram “as criaturas de Deus?” De desbastar a gilbardeira que, em comum com o citado azevinho, só tem os frutinhos escarlates.
E desta forma enviesada, chegamos então à gilbardeira, denominada cientificamente por Ruscus aculeatus L. Confirma-se assim o velho ditado de que as conversas são como as cerejas, perdão, neste caso, como as bagas do azevinho e da gilbardeira.
Discorramos pois sobre este curioso arbusto da família das liliáceas ou das ruscáceas (depende dos especialistas botânicos que, neste caso, parece que ainda não se entenderam), também já muito ameaçado pela moda natalícia. Trata-se de uma espécie perene, oriunda da Eurásia, que pode chegar aos 80 cm de altura. É de cor verde escura e brilhante e possui abundantes rizomas subterrâneos, o que parece garantir a sua sobrevivência face aos constantes ataques dos adoradores do Menino Jesus. Apresenta caules lisos e arredondados e quase não tem folhas que são afinal pequenas escamas pouco visíveis. Em contrapartida, surgem os cladódios, ou seja, as expansões achatadas do caule, de forma ovada e rígida com vértice espinhoso, alternas e sésseis que fazem lembrar autênticas folhas. Na realidade, o observador menos atento e desinformado, julga, equivocadamente, que está a ver as folhas da planta. Ora as flores e os frutos jamais nascem nas folhas e na gilbardeira é nesses cladódios que aparecem as pequenas flores unissexuais e solitárias e mais tarde, os atraentes frutos vermelhos formando bagas globosas de 10 a 15 mm de diâmetro. O contraste entre o vermelho vivo das bagas e a coloração verde brilhante do resto da planta, cativa os curiosos, mas nada os obriga a destruir gilbardeiras só para ornamentar os respetivos presépios. Devemo-nos deleitar apenas pela mera contemplação, se não quisermos obter delas, outros benefícios óbvios para a nossa saúde.
A gilbardeira possui, de facto, grande interesse para a medicina, principalmente os seus rizomas que têm propriedades diuréticas, anti-inflamatórias, emolientes, laxantes, aperitivas e febrífugas.
De entre os seus componentes químicos há a destacar resinas, óleos essenciais, saponósidos, cálcio, nitrato de potássio e outros sais minerais.
Tem aplicações no tratamento de hemorroidas, litíases, edemas, varizes, tendinites e gota. Muito bons resultados vêm sendo obtidos nas insuficiências crónicas venosas, com dor, prurido e inchaço das pernas. Nalgumas regiões francesas a gilbardeira é popularmente conhecida por “plante des jambes légères”, ou seja, planta das pernas ligeiras.
Em uso interno podem preparar-se infusões a partir de 4 g do rizoma por chávena, para beber três vezes ao dia. Há ainda quem recomende o cozimento de 60 g por litro de água para tomar três chávenas diariamente no intervalo das refeições. Usa-se também a tintura (1:10): 4 ml por cada toma. Para uso externo é corrente usar-se a pomada preparada com glicerina a que se junta uma substância extraída do rizoma, denominada “ruscogenina”.
Os frutos da gilbardeira não devem ficar ao alcance das crianças porque, se forem ingeridos, podem provocar vómitos, convulsões e diarreias.
No entanto, diversos autores informam que os rebentos tenros são comestíveis, podendo ser cozinhados como se fossem espargos silvestres. Devo confessar, contudo, que ainda não experimentei tais acepipes.
FELIZ ANO 2012!
domingo, janeiro 01, 2012
REFLEXÃO PARA 2012
A PEDRA e o HOMEM
" Ele, distraído, tropeçou nela.
Ele, violento, utilizou a como projéctil.
Ele, empreendedor, construíu com ela.
Ele, camponês, utilizou a como assento
Drummond poetizou a.
David utilizou a para derrotar Golias
E Miguel Ângelo tirou dela a mais bela das esculturas.
Em todos os casos, a diferença não esteve na pedra , mas sim no homem.... "
O novo ano é o mesmo para todos, dependendo de nós o que façamos com ele.
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