sexta-feira, novembro 25, 2011

E ANTÓNIO ALEIXO MORREU EM 1949...


Aqui ficam cinco quadras deste grande poeta popular que até parece que foram feitas hoje...




Acho uma moral ruim
trazer o vulgo enganado:
mandarem fazer assim
e eles fazerem assado.

Sou um dos membros malditos
dessa falsa sociedade
que, baseada nos mitos,
pode roubar à vontade.

Esses por quem não te interessas
produzem quanto consomes:
vivem das tuas promessas
ganhando o pão que tu comes.

Não me dêem mais desgostos
porque sei raciocinar...
Só os burros estão dispostos
a sofrer sem protestar!

Esta mascarada enorme
com que o mundo nos aldraba,
dura enquanto o povo dorme,
quando ele acordar, acaba.



(António Aleixo)



5 comentários:

Green Knight disse...

Apetece-me gritar pelos intelectuais deste País!
Tanta inércia neste cantinho tâo difícil de gerir.
Bom fim de semana
Bjs Dad
jrom

Maria Eduardo disse...

Olá Amiga,
...
"Quando não tenhas à mão
Outro livro mais distinto,
Lê estes versos que são
Filhos das mágoas que sinto"...
(António Aleixo)
Grande poeta algarvio, nosso
conterrâneo.

Um abraço
maria eduardo

Paixão Lima disse...

DAD,
«Não há alternativa !»- Dizem-nos a todo o instante. Caracterizando-se a democracia como o regime político que institucionalizou a escolha de alternativas, não entendo afirmações tão peremptórias. Será que a democracia foi suspensa até nova ordem como já ouvi falar ou estamos a resvalar lentamente para uma ditadura encapotada do capital especulativo ? Aleixo tem razão quando afirma:
Esta mascarada enorme
Com o mundo que nos aldraba,
Dura enquanto o Povo dorme,
Quando ele acordar, ACABA.
Beijinho dum «indignado».

Maria disse...

Vós que lá do vosso império
Prometeis um mundo novo
Calai-vos que pode o povo
Querer um mundo novo, a sério.

António Aleixo

Beijinho, Dad amiga.
Maria

Kim disse...

Nada mais verdadeiro do que as quadras deste homem simples. Tão simples como tudo o que ele diz, mas nem por isso desactualizado.
Beijinho para ti amiga