Qualquer coisa de obscuro permanece
No centro do meu ser, se me conheço,
É até onde, por fim mal, tropeço
No que de mim em mim de si se esquece.
Aranha absurda que uma teia tece
Feita de solidão e de começo
Fruste, meu ser anónimo confesso
Próprio e em mim mesmo a externa treva desce.
Mas, vinda dos vestígios da distância
Ninguém trouxe ao meu pálio por ter gente
Sob ele, um rasgo de saudade ou ânsia.
Remiu-se o pecador impenitente
À sombra e cisma. Teve a eterna infância,
Em que comigo forma um mesmo ente.
Fernando Pessoa
(faz hoje 120 anos que nasceu, em Lisboa,
no Chiado)
5 comentários:
Se fazia hoje anos, deveria se chamar António, não achas...
Mas Fernando também lhe vai bem.
Grande poeta, cronista e critico da nossa lingua.
Obrigado, Dad, por meteres em valor os grandes nomes da nossa literatura e como sabes, a lista é infindável.
bjs.
Um bzummmzummm da abelhinha,que espera que este fds seja cheio de sol,flores e muito mel para adoçar as nossas vidas..
bjo
Considero o Pessoa o mais completo poeta português. Obrigada por ter lembrado a efeméride,
Até sempre,
Passei por aqui só para colher um pouco da luz do seu luar e desejar
Bom Fim de Semana.
Taghiro Tanaka
Caro Osvaldo, o nome completo do poeta é Fernando António Nogueira Pessoa. Lá está o António do santo, que, por sinal, não se chamava António, mas sim Fernando.Fernando de Bulhão. O António foi adoptado por ele, quando se tornou monge.
Um abraço.
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