Carl Solomon! Estou contigo em Rockland
Onde estás mais louco do que eu…
Estou contigo em Rockland
Onde deves sentir-se muito estranho…
Estou contigo em Rockland
Onde imitas a sombra da minha mãe…
Estou contigo em Rockland
Onde assassinaste as tuas doze secretárias…
Estou contigo em Rockland
Onde te ris com o teu humor invisivel…
Estou contigo em Rockland
Onde somos grandes escritores na mesma terrivel máquina de escrever…
Estou contigo em Rockland
Onde o teu estado é grave e foi anunciado na rádio…
Estou contigo em Rockland
Onde as faculdades do crâneo não admitem o acerto dos sentidos…
Estou contigo em Rockland
Onde bebes o chá, pelos seios das solteironas de Utica…
Estou contigo em Rockland
Onde tu fazes escárneo dos corpos das tuas enfermeiras, como se fossem os das harpias do Bronx…
Estou contigo em Rockland
Onde gritas numa camisa de forças, já que estás perdendo o ping-pong actual do abismo…
Estou contigo em Rockland
Onde golpeias, no piano catatónico da tua alma, que é inocente e imortal e não deveria morrer nunca, sem glória, num asilo…
Estou contigo em Rockland
Onde cinquenta eletrochoques suplementares nunca restituirão a tua alma ao seu Corpo, na sua peregrinação, senão a uma cruz no vazio…
Estou contigo em Rockland
Onde acusas os teus médicos de loucura e levantas a revolução socialista dos hebreus contra o Gólgota nacional fascista…
Estou contigo em Rockland
Onde quebrarás os céus de Long Island e ressucitarás o teu Jesús, humano vivo, da tumba sobre-humana….
Estou contigo em Rockland
Onde há vinte e cinco mil camaradas loucos, cantando todos juntos as estrofes finais da Internacional…
Estou contigo em Rockland
Onde abraçamos e beijamos os Estados Unidos debaixo dos nossos lençois, os Estados Unidos que tossem toda a noite e não nos deixam dormir…
Estou contigo em Rockland
Onde despertamos electrocutados do coma, pelos aeroplanos das nossas próprias almas que rugem sobre a açoteia, que foram despejando bombas angelicais.
O hospital ilumina-se, derrubam-se muros imaginários ¡
Oh! Legiões fracas,desapareçam!
Legiões! Desapareçam!
Oh! Trauma estrelado de misericordia, a guerra eterna é aqui ¡
Oh! Vitória ¡ esquece a tua roupa interior!
Somos Livres!
Estou contigo em Rockland !
Nos meus sonhos, caminhas desesperadamente depois de navegar pela autoestrada, através da América,
chorando à porta da minha cabana, na noite do Ocidente…
(ALLEN GINSBERG)
3 comentários:
Ouvi este poema em espanhol, recitado por uma das componentes do Coro espanhol que cantou no Centro Cultural de Cascais no sábado passado. Foi fantástico!
COM AS MÃOS SE FAZ A PAZ SE FAZ A GUERRA.
COM AS MÃOS TUDO SE FAZ E SE DESFAZ.
COM AS MÃOS SE FAZ O POEMA - E SÃO DE TERRA.
COM AS MÃOS SE FAZ A GUERRA - E SÃO A PAZ.
COM MÃOS SE RASGA O MAR, COM AS MÃOS SE LAVRA.
NÃO SÃO DE PEDRAS ESTAS CASAS MAS DE MÃOS. E ESTÃO NO FRUTO E NA PALAVRA,
AS MÃOS QUE SÃO O CANTO E SÃO AS ARMAS.
E CRAVAM-SE NO TEMPO COMO FARPAS,
AS MÃOS QUE VÊS NAS COISAS TRANSFORMADAS.
FOLHAS QUE VÃO NO VENTO, VERDES HARPAS.
DE MÃOS É CADA FLOR CADA CIDADE.
NINGUÉM PODE VENCER ESTAS ESPADAS:
NAS TUAS MÃOS COMEÇA A LIBERDADE.
(Manuel Alegre)
bom fds
abraço
Lindo!
Conheço a história que deu aso a este poema.
Abraço,
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